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Título: Ação da leptina sobre o efeito terapêutico da radiação ionizante e mecanismos de degradação proteolítica no carcinoma epidermoide de boca
Autor(es): Rocha, Rogério Gonçalves da
Orientador(ra): Farias, Lucyana Conceição
Membro(s) Banca: Guimarães, André Luiz Sena
Guimarães, Talita Antunes
Andrade, João Marcus Oliveira
Palavras-chave: Carcinoma epidermóide de boca;Leptina;Radiação ionizante;Sistema Ubiquitina – proteassomo;Proliferação;Migração
Área: Ciencias da Saude
Subárea: Saude Coletiva
Data do documento: 2017
Resumo: A leptina (Lep), hormônio que atua na regulação do balanço energético e controle do peso corporal, pode estar envolvida no desenvolvimento e progressão de diferentes tipos de neoplasias. No carcinoma epidermoide de boca (CEB), a via de sinalização da leptina foi associada a alterações no fenótipo neoplásico e aumento na expressão de genes relacionados à proliferação, invasão e angiogênese. As evidências indicam que pacientes com carcinoma epidermoide na região de cabeça e pescoço submetidos à radioterapia apresentam redução dos níveis de leptina após tratamento. No entanto, não é bem entendido se o aumento dos níveis de leptina é capaz de interferir sobre o efeito do tratamento antineoplásico. Além da via de sinalização da leptina, o sistema ubiquitina-proteassoma, responsável mecanismos de degradação proteolítica, tem despertado interesse para a investigação no campo da carcinogênese de boca. Esse dois alvos foram adotados como foco de estudo, uma vez que ambos estão envolvidos nos mecanismos de proliferação neoplásica e desregulação do ciclo celular. Nesse contexto, esse estudo teve como objetivo investigar a ação da leptina sobre o efeito terapêutico da radiação ionizante e mecanismos de degradação proteolítica no CEB. Para isso, foram delineadas duas abordagens de estudo. Na primeira abordagem, a partir de ensaios in vitro e moleculares, foi testada a hipótese de que a leptina pode comprometer o efeito da radiação ionizante e comportamento de células de CEB. As linhagens imortalizadas, SCC4 e SCC9, foram tratadas com leptina recombinante humana, e expostas a 6Gy de radiação produzidos pelo cobalto-60. Para a análise fenotípica, foram realizados ensaios de proliferação celular, morte, migração e ensaio clonogênico. O perfil molecular foi investigado através da análise dos níveis de espécies reativas de oxigênio (ERO) e análise proteômica, por meio de espectrometria de massa. A leptina promoveu redução da morte celular e aumento da proliferação celular, migração e formação clonogênica, apesar dos efeitos supressores induzidos pela radiação ionizante. Além disso, foi associada a uma redução significativa do acúmulo intracelular de EROs, e ao aumento na expressão de proteínas relacionadas a eventos da carcinogênese, como ACTC1, KRT6A e EEF2, em células irradiadas. Uma segunda abordagem foi proposta visando investigar se a leptina pode modular a expressão gênica de componentes do sistema ubiquitina-proteassomo e comportamento neoplásico em células de CEB. A partir de simulações bioinformáticas, considerou-se a hipótese de que a leptina estabelece interações com componentes do sistema ubiquitina-proteassomo. As linhagens de células de CEB foram tratadas com leptina e os níveis de expressão de genes do sistema ubiquitina-proteassomo foram quantificados através de qRT-PCR, incluindo USP2, UBA, UBC, PSMD4 e PSME3. Os ensaios de viabilidade e morte celular foram realizados. A análise in silico mostrou um possível mecanismo de ativação de USP2 pela leptina. Os resultados revelaram que a leptina favoreceu o fenótipo neoplásico, em concordância com o aumento na expressão dos genes envolvidos no mecanismo de degradação proteassomal. As células tratadas com leptina apresentaram superexpressão do oncogene USP2 e genes regulatórios do ciclo celular, UBA e UBC. Os genes PSME3 e PSMD4 não foram alterados pelo tratamento. com a leptina. Os achados apontam a leptina como um fator importante que compromete a responsividade de células de CEB à radiação ionizante terapêutica, reduzindo seus efeitos supressivos sobre o fenótipo neoplásico e aumentando a expressão de genes importantes envolvidos na carcinogênese. Destaca-se, ainda, que a leptina pode modular a expressão de componentes do sistema de ubiquitina-proteassoma, sugerindo esta associação como um fator que pode modificar o comportamento neoplásico das células de CEB. No entanto, análises funcionais e ensaios in vivo são necessários para melhor entender o impacto biológico dessa conexão de mecanismos na carcinogênese de boca, bem como a real importância da leptina em eventos moleculares relacionados aos efeitos da radiação no câncer bucal.
URI: https://repositorio.unimontes.br/handle/1/767
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