Composição e processamento do leite de vacas F1 (Holandês/Zebu) alimentadas com diferentes fontes de compostos nitrogenados

Abstract

Objetivou-se avaliar a composição e processamento do leite de vacas F1 (Holandês x Zebu) alimentadas com dietas com diferentes fontes de compostos nitrogenados. Foram utilizadas oito vacas com aproximadamente 80 dias de lactação ao início do experimento e com produção média de 20 Kg de leite corrigido para 3,5% de gordura /dia, em dois quadrados latinos 4 x 4 (4 animais, 4 dietas, 4 períodos). O experimento teve duração de 72 dias, divididos em quatro períodos de 18 dias, sendo quatorze dias de adaptação e quatro dias de coletas por período experimental. A ração completa foi fornecida duas vezes ao dia, às 8 e às 16 h, e ajustadas diariamente, de modo que as sobras representassem 10% do total ofertado. Amostras de leite foram coletadas de cada animal de manhã e à tarde, misturadas e analisadas quanto aos teores de gordura, proteína, lactose, crioscopia, densidade, pH, acidez, extrato seco total e desengordurado, sólidos totais e perfil de ácidos graxos. No primeiro dia de coleta, o leite produzido de cada tratamento foi resfriado para produção de queijos Minas Frescal que após o seu processamento foram pesados para determinar o rendimento, as características físico-químicas (gordura, proteína, acidez, pH, textura e Aw), perfil de ácidos graxos e submetidos a análises microbiológicas e ao teste de análise sensorial. Os teores de gordura, proteína, lactose, crioscopia, densidade, pH, acidez, extrato seco total e desengordurado e sólidos totais do leite não diferiram entre as fontes de compostos nitrogenados (P>0,05). A produção diária de proteína do leite (g/dia) foi influenciada pelas fontes nitrogenadas com valores superiores para as dietas com farelo de soja e girassol. O nitrogênio ureico no leite foi maior na dieta com ureia. O perfil de ácido graxo do leite indicou efeito significativo para os ácidos C4:0 com valores superiores para as dietas com ureia, farelo de soja e farelo de mamona; C18:0 no leite dos animais que receberam as dietas com farelo de soja, ureia e farelo de girassol; C10:1 e C12:1 apresentaram concentrações superiores para as dietas com farelo de soja e girassol e o C18:1 T10 T11 T12 com valores superiores para as dietas com farelo de soja e farelo de mamona destoxificado. Quanto aos índices de qualidade nutricional da fração lipídica do leite, somente para a relação 63 houve valores superiores para a dieta com farelo de mamona destoxificado. Os teores de gordura, proteína, resíduo mineral fixo, sólidos totais, umidade, ácido láctico, pH, textura e Aw não diferiram no queijo Minas frescal entre as diferentes fontes de compostos nitrogenados das dietas experimentais (P>0,05). Quanto ao perfil de ácidos graxos do queijo Minas Frescal, o ácido undecanoico (C11:0) foi mais alto nas dietas com farelo de soja e farelo de girassol; o C18:2-C9-T11 (CLA) mostrou-se superior para dietas com ureia, farelo de soja e farelo de girassol e o ecosatrienoico (C20:3) foi superior para as dietas com farelo de soja e ureia. As diferentes fontes de compostos nitrogenados na dieta de vacas F1 Holandês x Zebu com produção média de 20 kg de leite corrigido para 3,5% de gordura não afetam a composição físico- química do leite e do queijo, assim como o rendimento e aceitação do queijo Minas Frescal. Entretanto, as dietas com diferentes fontes de compostos nitrogenados utilizadas, influenciam na concentração de alguns ácidos graxos das gorduras do leite e do queijo Minas Frescal, além do maior teor de nitrogênio ureico no leite das vacas alimentadas com ureia.