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Título: Influência do exercício resistido sobre o controle glicêmico e índices hematimétricos em idosos residentes em instituições de longa permanência (ILPIs)
Autor(es): Bacchi, Ricardo Rodrigues
Orientador(ra): Rezende, Luiz Fernando de
Membro(s) Banca: Monteiro Júnior, Renato Sobral
Moura, Ana Paula Venuto
D'Angelo, Marcos Flávio Silveira Vasconcelos
Brito, Carlos Ramon do Nascimento
Santos, Laércio Ives
Palavras-chave: Exercícios físicos para idosos;Controle glicêmico;Resistência à insulina;Idosos - Asilos
Área: Ciencias da Saude
Subárea: Saude Coletiva
Data do documento: 2022
Resumo: O exercício é considerado uma estratégia terapêutica reconhecida na melhora do metabolismo dos carboidratos, mas existem incertezas sobre o controle glicêmico ideal mantido por programas terapêuticos não farmacológicos para diferentes faixas etárias e situações adaptativas. As repercussões relativas à longevidade incluem sarcopenia, vulnerabilidade do organismo ao estresse, desregulação neuroendócrina e distúrbios imunológicos. Essas situações frente ao exercício podem influenciar os níveis glicêmicos de uma maneira inesperada. De forma fisiológica, o controle glicêmico é realizado pela interação, muito bem orquestrada, entre três fatores principais: secreção, degradação e sensibilidade periférica à insulina, onde a demanda metabólica do tecido muscular esquelético exerce efeito fundamental nesse controle. Nosso trabalho é composto por dois artigos experimentais e um artigo de revisão, nos quais compreendemos os efeitos do exercício resistido de leve intensidade sobre o controle glicêmico, e índices hematimétricos em idosos residentes em instituições de longa permanência (ILPIs). Acreditamos que esse estudo forneça subsídio para a elaboração de programas não farmacológicos, diferenciados e adaptados para essa população, com o intuito de prevenção ou melhora do diabetes mellitus tipo 2 e suas comorbidades associadas. No primeiro artigo, nosso achado principal foi a maior resistência periférica à ação da insulina, pós-programa de exercício, em idosos com faixa etária menor ou igual a 74 anos. Nossa hipótese nos levou a pensar nos fatores estressores inerentes ao exercício, que podem ter ativado o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, secretando hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) e posteriormente hormônio cortisol, que influenciou a resistência à insulina pós-programa de treinamento através da redução compensatória do clearance de insulina, em resposta a uma redução na sensibilidade periférica. No segundo artigo também constatamos uma maior resistência periférica à ação da insulina na mesma faixa etária pós-programa de treinamento. Uma possível explicação para esse resultado é a influência da variabilidade do tamanho dos eritrócitos na viscosidade e fluxo sanguíneo, influenciando a chegada de insulina na célula, que pode ter causado a resistência à sua ação. Um destaque do nosso trabalho foi a melhora na variabilidade de tamanho dos eritrócitos pós programa de exercício. Entendemos que essa modulação positiva no Red cell distribution width (RDW) pós exercício seja devido a uma adaptação frente a necessidade de se transportar glicose e insulina de uma maneira mais eficiente para a contração muscular, visando a melhora do fluxo sanguíneo e entrega de insulina ao musculo esquelético. Embora essa hipótese seja a mais plausível, salientamos que a população idosa tem como condição crônica um processo inflamatório subclínico que, associado ao exercício, pode liberar citocinas pró-inflamatórias que influenciam o tamanho dos eritrócitos, provocando aumento da pressão osmótica e ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, com maior secreção do hormônio arginina vasopressina e hormônios adrenocorticotróficos e cortisol, que também podem ter influenciado a resistência à insulina pós-programa de treinamento. Embora nossos resultados nos direcionaram para a ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, como sendo a causa da menor sensibilidade periférica à insulina pós-programa de exercício, devemos ter cautela nessa afirmação. Devido à limitação do nosso estudo, que não quantificou o nível sérico do hormônio cortisol, sugerimos, portanto, para a comunidade acadêmica novos trabalhos que correlacionem essa variável com atividade física, controle glicêmico e resistência à insulina em idosos. Em nosso terceiro artigo verificamos a relação entre a produção de leptina, obesidade e insulina, e entendemos que a obesidade é uma condição desfavorável para a homeostase da insulina, e fator de risco para o aparecimento do diabetes mellitus tipo 2 na população idosa.
URI: https://repositorio.unimontes.br/handle/1/697
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