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Título: Montes Claros e o Norte de Minas na rede urbana do centro-sul: fábulas e metáforas do desenvolvimento
Autor(es): Querino, Augusto José
Orientador(ra): Santos, Gilmar Ribeiro dos
Membro(s) Banca: Souza, João Valdir Alves de
Cardoso, Antônio Dimas
Palavras-chave: Desenvolvimento social – Transformações culturais;Teoria e história do desenvolvimento;Rede urbana – Urbanização;Urbanização;Montes Claros - Norte de Minas Gerais – Desenvolvimento – História
Área: Ciencias Sociais Aplicadas
Subárea: Servico Social
Data do documento: 2006
Resumo: Esta dissertação está pautada por uma análise crítica do conceito de desenvolvimento e parte da tese de que ele tem sido, em primeira instância, uma estratégia de expansão e dominação do capital e, em segunda, um fator que procede dos constructos sociais, econômicos, políticos e culturais hegemônicos na civilização ocidental européia de base racional-iluminista. Entendemos, aqui, que a expansão do capital e da civilização ocidental, sob o discurso do desenvolvimento, se reveste de uma roupagem que projeta a imagem do moderno, do progresso, da eficiência e da capacidade para melhorar as condições de vida de todos os povos. Contudo, observamos o desenvolvimento como um agente desestruturador / reestruturador. Ele flui pelas artérias das redes urbanas por onde circula uma lógica e um conjunto de objetos técnicos que carregam em sua bagagem o discurso do progresso. Representados como mais eficientes, os objetos técnicos assumem o lugar dos saberes locais, que passam a ser representados como subdesenvolvidos. Esse fenômeno, no Norte de Minas Gerais e, em especial, na cidade de Montes Claros, será impulsionado, principalmente, após a chegada da Estrada de Ferro Central do Brasil, em 1926, fato que acreditamos ter efetivado uma conexão mais permanente e regular da região com a rede urbana do Centro-Sul. Tal conexão trouxe para a região as lógicas do Ocidente europeu e os objetos técnicos que, cada vez mais presentes no espaço norte-mineiro, levaram à visão do desenvolvimento como obrigação. Na região, as lógicas e o conhecimento local passaram, a partir daí, a ser representados como símbolos de atraso e de não-civilização. Isso faz com que as ações das lideranças políticas regionais passem a orbitar em torno da busca daqueles objetos e dos equipamentos que simbolizam o desenvolvimento. Assim, o layout espacial no Norte de Minas, tomando como referência, neste estudo, a cidade de Montes Claros, será transformado para representar o moderno e o desenvolvido o que contribuirá para a acomodação e presença, cada vez maior e predominante no espaço, dos objetos técnicos e dos equipamentos urbanos. Presença esta que, por si só, dirá se a cidade é desenvolvida ou não.
URI: https://repositorio.unimontes.br/handle/1/1013
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