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Título: O que eles dizem?: a violência doméstica contra as mulheres a partir do discurso dos homens agressores
Autor(es): Ribeiro, Vaena Caroline Martins
Orientador(ra): Ferreira, Maria da Luz Alves
Membro(s) Banca: Maia, Cláudia de Jesus
Pacheco, Leonardo Turchi
Palavras-chave: Violência contra as mulheres;Violência familiar;Agressores;Representação do discurso
Área: Ciencias Sociais Aplicadas
Subárea: Servico Social
Data do documento: 2017
Resumo: O pretendido nesta pesquisa é analisar qual a influência dos constructos de masculinidade para ocorrência de violência doméstica contra as mulheres, por meio da análise da representação do discurso dos homens agressores sobre os atos praticados, bem como dos aparatos jurídicos, em que se destaca a Lei Maria da Penha; e, por fim, identificar quais as principais motivações apresentadas pelos homens agressores de mulheres dentro do universo da vida privada. Parte-se da hipótese que os homens têm dificuldade em verbalizar suas emoções, principalmente quando se trata da relação conjugal, pois existem certas demarcações estereotipadas de gênero, que limitam a exteriorização de incertezas e inseguranças quanto às necessidades das identidades masculinas. Além disso, o uso da violência se assenta, prioritariamente, no desenvolvimento sócio-histórico do masculino e acaba por se tornar aparato legítimo deste grupo, quer seja em situação de guerra ou em defesa do patrimônio. Desse modo, quando surge a possibilidade de ruptura destes constructos, o homem, que entende ser este um direito inviolável, se vale da violência como forma de ratificar suas vontades, pois o diálogo sobre os problemas vivenciados na vida cotidiana não é, até então, uma forma viável para evitar tal embate e a necessidade de exercer poder, através da subjugação da mulher, passa a se tornar recorrente e sistemática. Para tanto, este trabalho utilizou de referencial teórico que incorpore e aproxime conceitos como masculinidade e violência nas discussões sobre gênero, por meio do uso de instrumentos metodológicos que possibilitem a compreensão da realidade social em suas múltiplas expressões. Neste trabalho, as abordagens qualitativas e quantitativas são complementares, embora a perspectiva qualitativa ocupe um lugar maior na hierarquização dos temas e conteúdos imbricados com o problema de pesquisa. Este estudo valeu-se também da narrativa oral em razão de sua relevância metodológica para o estudo da temática em questão. O universo de pesquisa que ofertou dados qualitativos foi o Instituto Albam, localizado no município de Belo Horizonte/MG. Outro momento deste estudo se deu a partir de pesquisa quantitativa realizada no 10º Batalhão da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, unidade de Município de Montes Claros/MG. A partir do exposto, a presente pesquisa foi dividida em três capítulos, de modo a sistematizar, mais claramente, os objetivos propostos. O presente trabalho pode lançar luz a novos desafios no que tange ao processo de compreensão dos discursos instituídos enquanto práticas de violência doméstica contra as mulheres. Conclui-se que, por meio do acúmulo teórico e empírico levantado, existe certa associação entre à situação de violência e passionalidade – compreendida aqui como medo ou ainda dependência emocional deles para com elas – que alicerçam a honra do macho e estimulam o não reconhecimento deles enquanto agressores.
URI: https://repositorio.unimontes.br/handle/1/1275
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