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Título: Mídia, Estado e Crise: agenda e enquadramentos da economia brasileira no Jornal Nacional antes e depois do impeachment da presidenta Dilma Rousseff
Autor(es): Siffert, Bráulio Quirino
Orientador(ra): Rodrigues, Luciene
Membro(s) Banca: Cardoso, Antônio Dimas
Balsa, Casimiro
Carvalho, Carlos Alberto
Palavras-chave: Mídia;Enquadramento;Economia;Jornal Nacional
Área: Ciencias Sociais Aplicadas
Subárea: Servico Social
Data do documento: 2017
Resumo: Historicamente às voltas com os poderes político e econômico, a grande mídia brasileira interpreta os fatos a partir de determinados interesses e pontos de vista – o que em certa medida é natural tendo em vista a impossibilidade efetiva da neutralidade. Observadas detidamente em exemplos práticos, nos textos dos repórteres, nas imagens transmitidas e nas falas das fontes, estas interpretações podem ser muito elucidativas sobre o complexo relacionamento entre os campos mídia, Estado e mercado financeiro. É neste contexto que se desenha o objetivo deste trabalho: analisar as escolhas e enquadramentos do principal telejornal da grande mídia do país – o Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão – diante dos fatos da economia brasileira e de ações e omissões dos governos federais, em três meses antes do impeachment da presidenta Dilma Rousseff e em três meses após a posse do presidente Michel Temer. Utilizando-se de metodologias de análise de conteúdo e análise do discurso, sobretudo com Metodologia de Análise de Valência e com identificação de enquadramentos, foram analisadas 248 matérias do Jornal Nacional nos períodos considerados, observando os assuntos agendados, as formas de abordagem construídas e os pontos de vistas privilegiados. Foi identificado que o telejornal transmitiu uma visão contrária ao governo Dilma e mais balanceada no governo Temer, e demonstrou posicionamentos alinhados com os do mercado financeiro – por exemplo em defesa de corte radical nos gastos públicos e da aprovação das reformas trabalhista e previdenciária, a despeito da opinião majoritária da população contrária a estes pontos. Conclui-se que o Jornal Nacional, ao não abrir espaço ao contraditório, ao defender ações do governo indesejadas pela população e ao modificar sua postura diante dos dois governos, novamente, como em outros momentos de sua história, não respeitou o que prega a própria Rede Globo e o que se espera de uma empresa usuária de um serviço público: isenção, abertura ao contraditório e consideração da opinião pública. Para tal estudo, parte-se do pressuposto de que os estudos em comunicação se relacionam às ciências sociais como um todo na medida em que analisam construções, interesses e contradições de atores dotados de poderio simbólico na conflituosa luta de construção de sentido, interpretação da realidade e tomada de posições.
URI: https://repositorio.unimontes.br/handle/1/1282
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