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Título: Moradores de rua: porque eles nela permanecem?
Autor(es): Tuller, Pâmela Daniele Ramos
Orientador(ra): Ferreira, Maria da Luz Alves
Membro(s) Banca: Pereira, Anete Marília
Dulci, Otávio Soares
Palavras-chave: Moradores de rua – Montes Claros (MG);Subcidadania;Formas de vida;Espaço;Exclusão social;Desvio
Área: Ciencias Sociais Aplicadas
Subárea: Servico Social
Data do documento: 2015
Resumo: Este trabalho analisa os moradores de rua, em especial, o porquê de nela permanecerem após longo tempo e com poucas perspectivas de mudança. Ele procura conjugar duas abordagens distintas, uma focada em aspectos estruturais e outra nos comportamentos individuais. No âmbito da primeira, ele se propôs a identificar quem é essa população que mora na rua, empenhando-se para desvendar suas origens, precisamente, de que lugar social advêm. Ademais, nele são destacadas algumas das concepções teóricas a partir das quais a questão vinha e poderá ser tratada. O estudo enfrenta aspectos atinentes à análise desse segmento como afetado por exclusão social ou pela impossibilidade (criada pela ação de certas instituições) de alcançar a cidadania, noutros dizeres, seriam eles sujeitos estáveis que socialmente “caíram” ou pessoas que jamais ascenderam à posição de cidadãos, de iguais, e que, por esta razão, têm o fracasso social como destino? Na seara da segunda, o estudo procura conhecer sobre a forma de vida praticada pelos moradores de rua, dando atenção a aspectos que tangenciam a construção dos espaços de fixação, a vida em grupos, o trabalho, dentre outras. Na oportunidade, submete as constatações alcançadas a algumas das teorias que analisam o espaço e o cotidiano, sobretudo para compreender do que se trata essa forma de vida. O imbricamento das formas de vida com espaço é, aí, ressaltado, porque a particularidade mais relevante aos sujeitos estudados consiste no fato de que eles experimentam no espaço público as práticas que são próprias a este como também as pertinentes apenas ao privado. Finalmente, o estudo leva em consideração a forma pela qual esse gênero de vida desenvolvido é compreendido e também conjurado pelos demais. A perspectiva do desvio a atravessa de ponta a ponta, mas foi possível nele problematizar até que ponto esse viver representa um desvio social. Para que isso se tornasse possível, foram realizadas entrevistas livres, aplicados questionários e feita observação in loco junto a moradores de rua da cidade de Montes Claros/MG, entre os anos de 2012 e 2014. Embora tenham sido utilizados dados secundários, a pesquisa tem viés mais qualitativo, não se mostrando necessário, portanto, estabelecer prévia e rigorosamente uma amostra, pelo que foi adotada a técnica da exaustão das informações. O estudo permitiu inferir que os moradores de rua têm origens comuns. Não estariam presentes neste espaço pessoas advindas senão de estratos já em desvantagem social, componentes do grupo dos subcidadãos. À conta disso, a mobilidade prioritariamente descendente lhes abate como destino, reforçando a permanência na rua. Esse permanecer também guarda relação com o desenvolvimento de um gênero específico de vida, que irrompe, mesmo que na tentativa de continuar a pertencer ao mundo, com o modo de vida usual. Existiria, com o correr dos anos, um processo de rualização, que dificulta a saída e reafirma a permanência.
URI: https://repositorio.unimontes.br/handle/1/1359
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