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Título: Leishmaniose visceral associada à linfo-histiocitose hemofagocítica em pacientes pediátricos: uma condição pouco conhecida e com risco de vida
Autor(es): Carvalho, Fernando Henrique Guimarães de
Orientador(ra): Carvalho, Sílvio Fernando Guimarães de
Membro(s) Banca: Vieira, Thallyta Maria
Andrade, João Marcus Oliveira
Mota, Letícia de Melo
Pascoal, Vanessa Peruhipe Magalhães
Rodrigues Neto, Joao Felicio
Viana, Agostinho Gonçalves
Palavras-chave: Leishmaniose viscera;Linfo-histiocitose hemofagocítica;Crianças;Diagnóstico;Tratamento;Brasil
Área: Ciencias da Saude
Subárea: Saude Coletiva
Data do documento: 19-Dez-2024
Resumo: A leishmaniose visceral (LV) é uma doença negligenciada, endêmica em várias regiões do Brasil que, não raro, pode ter como complicação a linfo-histiocitose hemofagocítica (HLH), distúrbio potencialmente fatal, resultante da ativação/proliferação excessiva, não maligna de linfócitos T e macrófagos. Descrevemos diferenças clínicas, laboratoriais e respostas terapêuticas no curso da doença, entre pacientes com LV que preencheram os critérios de HLH e aqueles que não preencheram, admitidos em hospital de referência em área endêmica na região norte do Estado de Minas Gerais. Série de seis (35,2%) casos de uma coorte histórica de 17 crianças internadas entre setembro 2019 a setembro de 2024. Procedentes de áreas urbanas 11/17 (64,7%). Idade média de 3,7 ± 3,1 anos, sendo 12/17 (70,5%) masculinos. Média do peso de 16,8 ± 7,9 kg. Principais sinais e sintomas, febre (100%), hepatoesplenomegalia (100%), palidez cutaneomucosa (88,2%), sangramento (17,6%) e edema (5,8%). Transfusões realizadas em 3/17 (17,6%) pacientes. Todos utilizaram concentrado de hemácias. Os achados laboratoriais mostraram níveis baixos de hemoglobina 7,82 ± 1,23g/dL, leucócitos 3.997,64 ± 1.709,92/mm3 , plaquetas 81.235,29 ± 31.942,38/mm3 , RNI 1,18 ± 0,20. Níveis elevados de ferritina 786,12 ± 1.193,55 µg/dL, triglicérides 279,00 ± 169,14 mg/dL, PCR 115,04 ± 113,72 mg/L e LDH 972,52 ± 625,68. Fibrinogênio 185,73 ± 109,97mg/dL, TGO 149,29 ± 185,18 UI/L, TGP 80,35 ± 93,80 UI/L, bilirrubina total 0,69 ± 0,57 mg/dL, direta 0,48 ± 0,51/dL. Proteínas totais 6,89 ± 1,35 g/dL, albumina 3,44 ± 0,44g/dL, globulinas 3,44 ± 1,22 g/dL, creatinina 0,51 ± 0,17 mg/dL, ureia 22,58 ± 8,30 mg/d. Teste rápido para LV, positivo 16/17 (94,0%). Hemofagocitose não pesquisada. Dosagem do receptor solúvel para IL-2, em 10/17 (58,0%). Antibioticoterapia em 10/17 (58, 8%) pacientes, empírica 8/10 (80%) específica 2/10 (20%). Todos foram negativos para HIV e receberam primeiro tratamento para LV. As opções terapêuticas da LV foram anfotericina B lipossomal e antimoniato de N-metil glucamina, seguindo indicações do protocolo do Ministério da Saúde. Todos curaram. Entretanto, corticoterapia foi realizada em 33% (2/6) pacientes, que não responderam a terapia específica para leishmaniose, sendo prescrito dexametasona em doses anti-inflamatórias, com pronta resposta.Tempo médio entre início dos sintomas e admissão foi 39,18 ± 56,30 dias. Febre foi referida por todos os acompanhantes como marco inicial da doença. A média de internação foi 16,88 ± 6,99 dias. Todos foram acompanhados durante 12 meses sem recidivas. Não houve diferenças significativas entre as variáveis clínicas dos grupos. As dosagens de triglicerídeos e ferritina mostraram significância. Todos os seis pacientes HLH, apresentaram no mínimo, cinco critérios positivos, que autorizou o diagnóstico, com base no protocolo HLH-2004. Foram febre, esplenomegalia, bicito ou pancitopenia e elevação dos níveis de ferritina e triglicerídeos. Portanto, HLH não é uma complicação rara em áreas endêmicas de LV e diagnóstico de HLH deve ser considerado devido à sobreposição das características clínicas e citopenias. Apesar no número reduzido de casos nesse estudo, sugerimos dosagem de triglicerídeos e ferritina entre os exames a serem solicitados na suspeita de calazar e anfotericina B lipossomal como opção terapêutica.
URI: https://repositorio.unimontes.br/handle/1/1904
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