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Título: Cartografia das condições de trabalho e saúde de homens quilombolas
Autor(es): Miranda, Sérgio Vinícius Cardoso de
Orientador(ra): Rodrigues Neto, João Felício
Sampaio, Cristina Andrade
Membro(s) Banca: Caldeira, Antônio Prates
Silva, Carla Silvana de Oliveira e
Camargo, Climene Laura de
Vasconcellos, Luiz Carlos Fadel de
Palavras-chave: Saúde - Homens quilombolas;Continente africano - Grupo com ancestrais;Cartografia. Marcadores sociais;Condições de Trabalho;Agravos à saúde
Área: Ciencias da Saude
Subárea: Medicina
Data do documento: 2021
Resumo: No Brasil, a origem das comunidades negras rurais está intrinsecamente relacionada ao passado escravista. A população quilombola apresenta um legado, uma herança cultural e material que lhe conferem um sentimento de ser e pertencer a um determinado território geográfico e existencial. Na interação com a terra, os homens quilombolas estruturam na categoria trabalho a sua autonomia para reprodução e manutenção da vida, da masculinidade, do sustento familiar e da determinação do processo saúde-doença. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi mapear a situação de trabalho e saúde de homens quilombolas residentes na Macrorregião de Saúde Norte, Estado de Minas Gerais, Brasil. Trata-se de pesquisa qualitativa, fundamentada no método da Cartografia proposto pelos filósofos Gilles Deleuze e Félix Guattari. Os dados foram produzidos em 23 comunidades, por meio da realização de 94 entrevistas individuais, observação do mundo vivido e dos processos de trabalho, registros das afetações em um diário cartográfico e fotografias das incursões em campo. A Análise de Discurso possibilitou a definição de seis categorias temáticas e a elaboração de dois fluxogramas descritores das linhas de força do trabalho. A intersecção dos marcadores de raça, etnia, gênero, região, classe e escolaridade colabora para a precariedade ocupacional e a manutenção das iniquidades sociais. No trabalho, as linhas flexíveis permitem vivências de prazer e as linhas duras o desenvolvimento de adoecimento mental. Em três territórios, comprovamos a influência direta da interseccionalidade para a execução de atividades na carvoaria, pedreira e bananal. Esses ambientes são altamente insalubres, com presença de calor e fumaça, métodos que geram grande esforço físico e poeira de sílica, exposição excessiva ao sol e uso de agrotóxicos. Nesse sentido, as políticas públicas voltadas para a população quilombola necessitam de articulação e fortalecimento pelo Estado, além de esforços para a participação democrática de todos os atores envolvidos, principalmente os homens quilombolas. A integração entre a Vigilância em Saúde do Trabalhador e o Ministério Público do Trabalho permite a construção de uma rede intersetorial para a articulação de ações de educação popular, assistência técnica, capacitação e qualificação dos trabalhadores. Essas medidas terão impacto direto no cotidiano de trabalho, no processo saúde-doença e na qualidade de vida do homem quilombola.
URI: https://repositorio.unimontes.br/handle/1/604
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