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Título: Avaliação da oclusão em adolescentes: estudo epidemiológico e uma proposta para classificação da gravidade da má oclusão utilizando a inteligência artificial
Autor(es): Maia, Naiara Gonçalves Fonseca
Orientador(ra): Silva, Carla Silvana de Oliveira
Membro(s) Banca: Haikal, Desirée Sant'Ana
D'Angelo, Marcos Flávio Silveira Vasconcelos
Silveira, Marise Fagundes
Silva, Thiago Fonseca
Silva, André Faria e
Palavras-chave: Má Oclusão – Adolescente – Avaliação;Prevalência;Saúde bucal;Rede neural artificia
Área: Ciencias da Saude
Subárea: Saude Coletiva
Data do documento: 2019
Resumo: Os estudos epidemiológicos em saúde bucal mostram que as más oclusões representam o terceiro problema odontológico de saúde pública e, por isso, é fundamental investigar a prevalência de tais condições antes de definir estratégias e intervenções em saúde bucal. Esta pesquisa teve como objetivo avaliar as características oclusais dos adolescentes de Montes Claros – MG, para estimar a prevalência de má oclusão e os fatores associados. Além disso, construir um modelo para diagnóstico da gravidade da má oclusão utilizando a rede neural artificial e testar a taxa de sucesso do mesmo. Para atingir os objetivos, dois estudos foram conduzidos. O Estudo 1 teve como objetivo estimar a prevalência das alterações oclusais e da má oclusão em adolescentes, segundo sexo, experiência de cárie, presença de sangramento gengival e insatisfação com o sorriso. Para isso um inquérito epidemiológico foi realizado com 600 adolescentes, de 10 a 16 anos, de ambos os sexos. Para coleta dos dados de saúde bucal, foram realizados exames de inspeção, intra e extrabucal, no próprio ambiente escolar, por três pesquisadoras calibradas e com concordância satisfatória. Os seguintes aspectos foram considerados: número de dentes cariados, perdidos ou obturados; presença de sangramento gengival à sondagem; e condição da oclusão dentária, de acordo com os critérios estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde. A prevalência de má oclusão foi estimada de duas formas, considerando os parâmetros descritos nos índices de estética dental e Foster e Hamilton adaptados e, outra incluindo a avaliação da linha média dentária e da agradabilidade facial e do sorriso. As análises foram conduzidas após correção pelo efeito de desenho amostral. Estimaram-se prevalências para cada condição oclusal investigada, e foram calculadas as diferenças, conforme sexo, experiência de cárie, presença de sangramento gengival e insatisfação com o sorriso. Para a análise dos dados, utilizou-se a Regressão de Poisson, com variância robusta, e, para o cálculo da prevalência de má oclusão, foi considerado o conceito de que a presença de uma alteração oclusal define a existência de má oclusão. Os resultados mostraram que 83,5 % dos adolescentes se declararam negros ou pardos, 61,5% eram do sexo feminino e 54% tinham 14 anos ou menos. Em relação aos dados de saúde bucal, 52,3% apresentavam experiência de cárie, 55,8% sangramento gengival e 49,4% estavam insatisfeitos com seus sorrisos. A alteração oclusão mais comum foi o apinhamento anteroinferior, com prevalência de 58,5%, seguida pelo desvio da linha média (54,9%), apinhamento anterossuperior (51,5%), sobremordida profunda (47,7%) e sobressaliência acentuada (46,5%). A prevalência de má oclusão foi estimada em 89,2% e 96,0% segundo as duas formas de avaliação. Não houve nenhuma diferença significante em relação ao sexo. Relação molar de Classe III, linha média desviada, mordida aberta anterior e mordida cruzada anterior foram associados à experiência de cárie. A experiência de cárie foi menor nos indivíduos que apresentavam diastemas (RP = 0,81, IC = 0,66-0,97). A prevalência de má oclusão foi maior nos adolescentes que apresentavam sangramento gengival (RP = 1,39, IC = 1,21-1,59) e o apinhamento anterossuperior e anteroinferior foram associados à presença de sangramento gengival. A insatisfação com os dentes foi associada aos sorrisos classificados como aceitáveis e desagradáveis. Com base nesses resultados, conclui-se que a má oclusão apresenta prevalência expressiva entre os adolescentes de Montes Claros/MG e está associada à experiência de cárie, presença de sangramento gengival e insatisfação com o sorriso. O estudo 2 teve como objetivo construir um modelo utilizando a rede de neural artificial, um recurso da inteligência computacional para determinar o diagnóstico da gravidade da má oclusão e testar a taxa de sucesso do mesmo. Para a construção do modelo, os dados das 20 variáveis que caracterizaram a condição da oclusão, dos 600 adolescentes avaliados no primeiro estudo, foram inseridos como dados de entrada. Os dados de saída foram os quatros níveis da classificação da gravidade da má oclusão: 1. Oclusão normal, 2. Má oclusão leve, 3. Má oclusão moderada, 4. Má oclusão grave, obtidos após interpretação minuciosa dos dados, seguindo fluxograma construído para estudo. Os dados de 449 adolescentes foram utilizados para realização da fase de treinamento ou aprendizagem, e os dados dos 151 restantes foram utilizados para a fase de teste. Os dados foram divididos, nos conjuntos de treinamento e teste, previamente à realização do estudo, sem o conhecimento do pesquisador responsável (cegamento). Dos 600 adolescentes examinados, 24 (4%) possuíam oclusão normal, 160 (26,6%) má oclusão leve, 285 (47,6%) má oclusão moderada e 131 (21,8%) má oclusão grave. A taxa de sucesso do modelo construído para classificação da gravidade das más oclusões foi 99,3%. Com base nesses resultados, conclui-se que a rede neural artificial foi eficaz na determinação do diagnóstico epidemiológico da gravidade da má oclusão, com 99% de acurácia. Por isso, sugere-se que o uso dos recursos da rede neural artificial possa ser útil como ferramenta na pesquisa científica, em especial, nos levantamentos epidemiológicos que incluam a avaliação da condição da oclusão dentária.
URI: https://repositorio.unimontes.br/handle/1/725
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