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Título: Síndrome de Burnout em professores da rede pública de ensino de Montes Claros-MG: um estudo de base populacional
Autor(es): Magalhães, Tatiana Almeida de
Orientador(ra): Silveira, Marise Fagundes
Membro(s) Banca: Haikal, Desirée Sant'Ana
Nascimento, Jairo Evangelista
Costa, Simone de Melo
Baldo, Marcelo Perim
Palavras-chave: Síndrome de Burnout;Prevalência;Professores;Ensino fundamental e médio;Rede pública - Montes Claros (MG)
Área: Ciencias da Saude
Subárea: Saude Coletiva
Data do documento: 2017
Resumo: A Síndrome de Burnout (SB) é caracterizada por um estado de exaustão física, emocional e mental, que acomete, especialmente, pessoas dotadas de grande idealismo, prestativas e que anseiam pela autonomia profissional e esperam o reconhecimento do seu trabalho. Esta dissertação foi composta de dois manuscritos, a fim de elucidar a prevalência e fatores associados à Síndrome de Burnout ou desgaste profissional em professores. No primeiro artigo, realizou-se uma revisão integrativa de estudos epidemiológicos sobre a prevalência e fatores associados à SB em professores dos ensinos fundamental e médio no período de janeiro de 2006 a agosto de 2016 nas bases de dados: LILACS, MEDLINE, Portal Periódico Capes, PubMed e SciELO, em periódicos nacionais e internacionais. Estudos originais, com delineamento transversal, que utilizaram os instrumentos MBI (Maslash Burnout Inventory) e CESQT (Cuestionário para la Evaluación del Síndrome de Quemarse por el Trabajo), foram utilizados como critérios de inclusão. Dos 409 artigos encontrados sobre a temática, trinta estudos epidemiológicos atenderam aos critérios de inclusão. Os resultados apontaram uma variação de 4% a 49,7% de prevalência da SB entre os professores em diversos contextos culturais e sociais dos países estudados, ainda assim, pode-se afirmar que a SB é um problema relevante e crescente na classe docente nos últimos anos. A SB entre professores associou-se à carga horária elevada, à indisciplina, à insatisfação com o trabalho, às relações interpessoais conflituosas, à baixa autonomia, ao conflito de papeis ao sofrer insultos e gozações por parte dos alunos. O segundo artigo foi desenvolvido a partir de dados obtidos do Projeto ProfSMoc que investigou uma amostra de 745 professores da educação básica (ensino fundamental e médio) em 35 escolas da rede estadual de ensino do município de Montes Claros – MG. Tratase de estudo epidemiológico, de caráter transversal e analítico. A seleção da amostra foi do tipo probabilística por conglomerados em um único estágio. O critério de inclusão foi estar em exercício da função docente há pelo menos um ano. Utilizou-se questionário com as variáveis sociodemográficas, aspectos de formação e ocupacionais, satisfação com o trabalho, incômodos com as condições laborais, perfil de saúde e, para a avaliação da SB, o instrumento validado CESQT. A coleta de dados foi realizada no período letivo de 2016 por profissionais treinados e calibrados em duas etapas de reuniões pré-agendadas com a diretoria de cada escola. Os resultados revelam que, entre os professores investigados, 85,4% são mulheres, 62,0% casados/união estável, 69,0% com filhos, possuem aproximadamente 12,6 anos (±8,4) de experiência profissional, trabalham em média 26,3 horas (±11,3) por semana. Os resultados obtidos evidenciaram uma prevalência geral de 13,8 % do alto nível da SB, e 9,0% desses apresentaram o Perfil 1, e 4,8% o Perfil 2, casos mais graves da SB. O desgaste psíquico (39,4%) e a ilusão pelo trabalho (19,7%) foram os mais prevalentes. Por meio de regressão logística hierarquizada, foram identificadas maiores chances da SB entre professores mais jovens (OR=2,0), com filhos (OR=1,6), mestrado/doutorado (OR=2,4), efetivo (OR=2,0), maior carga horária (OR=1,5), insatisfação no trabalho (OR=4,8), desejo de mudar de profissão (OR=4,5), violência na escola (OR=4,3) e falta de colaboração dos colegas (OR=1,6). A SB é um fenômeno presente na classe docente, associada aos fatores individuais ligados ao trabalho.
URI: https://repositorio.unimontes.br/handle/1/763
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