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Título: Transtorno do Espectro do Autismo em crianças e adolescentes: revisão sistemática de literatura, estudo de caso-controle e uma intervenção
Autor(es): Maia, Fernanda Alves
Orientador(ra): Silveira, Marise Fagundes
Membro(s) Banca: Almeida, Maria Tereza Carvalho
Ferreira, Antônio Carlos
Martelli, Daniela Reis Barbosa
Haikal, Desirée Sant'Ana
Martelli Júnior, Hercílio
Palavras-chave: Transtorno autístico;Gravidez;Assistência perinatal;Fator de risco;Idade – Materna - Paterna
Área: Ciencias da Saude
Subárea: Saude Coletiva
Data do documento: 2017
Resumo: O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) afeta o processamento da informação no cérebro, levando a sintomas que incluem prejuízos na interação social e na comunicação, o interesse restrito e comportamento repetitivo, e tem se tornado um problema de saúde pública, com impacto familiar, social e econômico. Esta tese teve como objetivo investigar questões relativas ao Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) em crianças e adolescentes e três estudos foram conduzidos. Estudo 1. Objetivou identificar na literatura os fatores perinatais que podem estar associados ao TEA. Foi realizada uma revisão sistemática de literatura, e identificados artigos relacionados ao TEA e fatores perinatais, nas bases de dados Scielo, Lilacs, MedLine e PubMed, nos anos de 2000 a 2014. Foram incluídos 17 artigos dos 619 analisados. Os principais fatores de risco associados ao TEA foram sexo, estado emocional materno, distúrbios psiquiátricos e doenças neurológicas, duração do parto, índice de Apgar, tipo de parto, idade gestacional, idade materna e paterna, tabagismo materno, peso ao nascer e prematuridade. Estudo 2. Objetivou estimar a associação entre o TEA e a idade dos genitores no momento do parto. Realizou-se um estudo de caso-controle constituído por indivíduos com o TEA (caso) e neurotípicos (controle). Foi aplicado um questionário semiestruturado às mães, e realizada a regressão logística múltipla. As idades paterna e materna foram categorizadas em intervalos de 10 anos, e em grupos combinados de idade dos genitores. Os dados foram analisados por meio do programa estatístico SPSS, versão 23.0. A amostra final foi constituída por 248 crianças e adolescentes com diagnóstico do TEA (grupo caso) e 886 neurotípicos sem sinais do TEA (grupo controle). Associações entre o TEA e as idades paterna e materna foram significativas quando avaliadas em modelos independentes. Porém, quando incluídas em um mesmo modelo, apenas a idade materna se manteve associada. A magnitude da associação foi maior quando ambos os genitores apresentavam idade avançada. Estudo 3. Objetivou desenvolver e avaliar os resultados de uma capacitação oferecida aos membros de uma equipe de acolhimento de pais cujo filho teve diagnóstico do TEA. A capacitação compreendeu três módulos (módulo I: O que é TEA?; módulo II: Sentimentos vivenciados no momento do diagnóstico; módulo III: Perguntas mais frequentes no momento do diagnóstico). Utilizou-se como intrumento de coleta de dados um questionário contendo duas questões, uma fechada e uma aberta, aplicado antes e após a capacitação e um instrumento de avaliação formativa aplicado após a capacitação. Observou-se mudança na percepção: antes, os participantes apresentavam um envolvimento emocional no acolhimento, e, após, eles enfatizaram a importância de orientar os pais a buscar profissionais qualificados e realizar o acompanhamento da criança por equipe multiprofissional. Conclusão: Ainda não há evidência suficiente para afirmar que os fatores perinatais listados sejam considerados agentes etiológicos, embora a exposição a esses fatores possa aumentar o risco para o desenvolvimento do TEA. Associações entre o TEA e as idades paterna e materna foram significativas quando avaliadas em modelos independentes. Porém, quando incluídas em um mesmo modelo apenas a idade materna se manteve associada. A magnitude da associação foi maior quando ambos os genitores apresentavam idade avançada. Esses resultados podem ter implicações importantes para a psiquiatria clínica e a saúde pública. A capacitação promoveu uma sensibilização dos participantes quanto à necessidade de se desenvolverem nos aspectos cognitivo, psico-motor e atitudinal para o acolhimento dos pais cujo filho teve diagnóstico do TEA.
URI: https://repositorio.unimontes.br/handle/1/773
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