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Título: Perfil epidemiológico, clínico-laboratorial e terapêutico de pacientes com a associação leishmaniose visceral/linfo-histiocitose hemofagocítica, admitidos em hospital de referência em área endêmica na região norte do Estado de Minas Gerais
Autor(es): Carvalho, Fernando Henrique Guimarães de
Orientador(ra): Mota, Letícia de Melo
Membro(s) Banca: Carvalho, Sílvio Fernando Guimarães de
Caldeira, Antônio Prates
Vieira, Thallyta Maria
Palavras-chave: Leishmaniose visceral;Linfo-histiocitose hemofagocítica;Crianças;Anfotericina B lipossomal;Brasil
Área: Ciencias da Saude
Subárea: Saude Coletiva
Data do documento: 2018
Resumo: A leishmaniose visceral (LV) é uma doença negligenciada, endêmica em várias regiões do Brasil que, não raro, pode ter como complicação a linfo-histiocitose hemofagocítica (HLH), distúrbio potencialmente fatal, resultante da ativação/proliferação excessiva, não maligna de linfócitos T e macrófagos. Descreveremos o perfil epidemiológico, clínicolaboratorial e terapêutico desta associação, em região endêmica ao norte do Estado de Minas Gerais. Série de 39 (15,1%) casos de uma coorte retrospectiva de 258 crianças internadas entre janeiro 2012 a junho de 2017. Procedentes de áreas urbanas 31/39 (79,5%). Idade média de 2,86 ± 2,08 anos, sendo 21/39 (53%) masculinos. Média do peso de 14,03 ± 5,96 kg. Principais sinais e sintomas, febre (100%), hepatoesplenomegalia (100%), palidez cutaneomucosa (82,5%), edema (38,5%), sangramento (25%) e icterícia (7,5%). Transfusões realizadas em 19/39 (48,71%) pacientes. Dezoito (46%) utilizaram concentrado de hemácias, sete (36,84%) concentrado de plaquetas e três (15,78%) plasma fresco congelado. Os achados laboratoriais mostraram níveis baixos de hemoglobina 6,82 ± 1,36g/dL, leucócitos 3.722 ± 1.472/mm3, neutrófilos 1.161 ± 671/mm3, plaquetas 58.384 ± 30.536/mm3, atividade de protrombina 73,65 ± 17,81%. Níveis elevados de ferritina 1.497 ± 1.550 ng/dL, triglicérides 404,71 ± 230,77 mg/dL, PCR 64,06 ± 45,73 mg/L, TGO 245,58 ± 380,53 UI/L, TGP 110,33 ± 177,79 UI/L, bilirrubina total 0,75 ± 0,72 mg/dL, direta 0,35 ± 0,46 mg/dL, indireta 0,39 ± 0,33 mg/dL. Proteínas totais 6,47 ± 1,33 g/dL, albumina 2,98 ± 0,47g/dL, globulinas 3,59 ± 1,00 g/dL, creatinina 0,49 ± 0,14 mg/dL, ureia 21,81 ± 7,09 mg/dL, amilase 42,10 ± 22,54 UI/L, lipase 32,23±25,68 UI/L. Hemofagocitose identificada em 16/37 (43,24%) pacientes. Exame direto para LV positivo em 26/37 (70,27%). Teste rápido para LV, positivo 32/34 (94,11%). Não foi dosado fibrinogênio, CD25 ou atividade das células NK. Antibioticoterapia em 31/39 (79,48%) pacientes, empírica 22/39 (56,41%) específica 9/39 (23,07%). Corticoterapia em 38,46% (15/39), sendo prescrito dexametasona. Nove, 60% (9/15), utilizadas doses antiinflamatórias, seis 40% (6/15) doses imunossupressoras. Seis (40%) tinham menos de 2 anos. Todos foram negativos para HIV e receberam primeiro tratamento para LV. Antimoniato de meglumina administrado 18 (46,1%) pacientes, dez (25,64%) curaram e oito (20,51%) tiveram o tratamento interrompido. Cinco (12,82%) por não resposta terapêutica, três (7,69%) pelos efeitos adversos. Anfotericina B Lipossomal prescrita em 20 (51,28%) pacientes. Doze (30,76%) usaram 4mg/kg/dia 5 dias seguidos. Oito (20,51%) 3mg/kg/dia por 7 dias, 19 (95%) curaram. Um (2,56%) usou desoxicolato anfotericina B com sucesso. O tratamento resgate foi realizado com anfotericina B lipossomal. Seis (15,38%) utilizaram 4 mg/kg/dia por 5 dias seguidos e dois 3 mg/kg/dia 7 dias. Todos curaram. Tempo médio entre início dos sintomas e admissão foi 23,72 ± 22,84 dias. Febre foi referida por todos os acompanhantes como o marco inicial da doença. A média de internação foi 17,74 ± 5,7 dias. Todos foram acompanhados durante 12 meses e curaram da associação de entidades. Portanto, HLH não é uma complicação rara em áreas endêmicas e diagnóstico de HLH deve ser considerado devido à sobreposição das características clínicas e a pancitopenia. Anfotericina B lipossomal mostrou ser a melhor opção terapêutica.
URI: https://repositorio.unimontes.br/handle/1/784
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