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Título: Leishmaniose visceral: revisão sobre a relação com a desnutrição e correlação de uma série histórica de pacientes hospitalizados com o clima em área endêmica de Minas Gerais, Brasil
Autor(es): Martins, Igor Monteiro Lima
Orientador(ra): Carvalho, Silvio Fernando Guimarães de
Membro(s) Banca: Caldeira, Antônio Prates
Mota, Letícia de Melo
Vieira, Thallyta Maria
Palavras-chave: Leishmaniose visceral;Desnutrição;Distribuição temporal;Epidemiologia;Saúde pública
Área: Ciencias da Saude
Subárea: Saude Coletiva
Data do documento: 2018
Resumo: Os principais objetivos deste estudo foram delinear o panorama da discussão entre a leishmaniose visceral e a Desnutrição e caracterizar a série de casos de LV atendida em um hospital de referência no norte de Minas Gerais ao longo de 22 anos, descrever a ocorrência dos casos, segundo a caracterização climatológica e correlacionar a distribuição dos casos com pluviosidade e temperatura ambiente. Os delineamentos adotados para isso foram revisão integrativa descritiva com artigos selecionados no intervalo de 2006 a 2017 e série de casos compilados a partir de 1995 até 2016. Os dados foram extraídos a partir de prontuários médicos selecionados cronologicamente. Informações do clima foram coletados na plataforma virtual do Centro de Estudos do Semi-árido da Unimontes. Houve a aprovação do CEP e da direção do Hospital Universitário. Foram encontrados 76 documentos na base Medline e 13 na Lilacs, entre artigos, resumos, anais de eventos, protocolos de atendimento e editoriais, dos quais 11 compuseram a amostra final. No hospital, foram selecionados 967 prontuários, em que registrou-se ligeiro predomínio do sexo masculino (54,4%) e da faixa etária de um a quatro anos (42,9%). O tempo de evolução das manifestações clínicas até o momento da internação variou de cinco a 120 dias, sendo mais frequente a duração entre 16 e 30 dias (34,4%). Hepatomegalia, esplenomegalia, palidez cutânea e febre foram manifestações presentes em mais de 90% dos pacientes no momento da internação. O diagnóstico foi realizado por métodos sorológicos na maioria dos casos (85,9%). A maior parcela das internações durou entre 16 e 30 dias (44,0%) e a alta hospitalar com orientação para controle ambulatorial foi o desfecho mais frequente das internações e o percentual de óbitos foi de 2,0%. A desnutrição na LV parece apresentar duas gêneses diferentes, uma pela deficiência na ingestão de macro e micronutrientes, antecedendo à infecção e favorecendo a susceptibilidade do hospedeiro pelo comprometimento dos ramos da resposta imunológica e outra por meio de um processo consumptivo hipercatabólico e anorético deflagrado pela resposta inflamatória sistêmica frente à ação da leishmania. Ambas dentro de um quadro global que envolve elementos genéticos, imunológicos, hormonais, ambientais e do próprio parasito. Assim sendo, torna-se imprescindível o manejo clínico da desnutrição por meio de parâmetros antropométricos e laboratoriais, independente da origem. Além disso, neste estudo não houve associação estatisticamente significativa entre temperatura, precipitação e número de casos, contudo há nuances nos fatores ambientais que influenciam a dinâmica de transmissão da LV, que variam de região para região.
URI: https://repositorio.unimontes.br/handle/1/786
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