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Título: Leishmaniose visceral: correlação entre os achados clínicos, laboratoriais e as características imunológicas do micro ambiente da medula óssea
Autor(es): Soares, Tânia de Cássia Moreira
Orientador(ra): Carvalho, Sílvio Fernando Guimarães de
Membro(s) Banca: Caldeira, Antônio Prates
Urias, Elaine Veloso Rocha
Cardoso, Mariana Santos
Palavras-chave: Leishmaniose visceral;Leischimaniainfantum;Anemia;Medula óssea;Carga parasitária;Inflamação
Área: Ciencias da Saude
Subárea: Saude Coletiva
Data do documento: 2018
Resumo: A leishmaniose é uma doença endêmica de países tropicais e subtropicais. Está associada à desnutrição, deslocamento de populações, pobreza, imunodeficiências e falta de recursos financeiros. No Brasil, foram relatados 53.442 casos de Leishmaniose Visceral (LV) entre 2001 e 2016. Este estudo teve como objetivo correlacionar os achados clínicos, laboratoriais, as características imuno-morfológicas e a carga parasitária da medula óssea. Verificou-se a patogênese e a gravidade da anemia associada aos achados da pesquisa. A anemia foi classificada em grave Hb ≤ 7g/dL e não grave Hb> 7g/dL. A carga parasitária da medula óssea foi mensurada pela microscopia óptica e através da técnica de Reação em Cadeia da Polimerase quantitativa (qPCR). As interleucinas (IL) foram analisadas à partir da medula óssea pela técnica de Reação em Cadeia da Polimerase quantitativa por Transcrição Reversa (RT-qPCR). As crianças menores de nove anos de idade representaram a maioria dos indivíduos 15/19 (78,9%). A febre, a hepatoesplenomegalia e a anemia estavam presentes em 100% dos indivíduos. A pancitopenia foi observada em 13/19 (68,4%) dos participantes. A anemia grave foi observada em 8/19 (42,1%) e a não grave em 11/19 (57,9%). A eritropoetina (EPO) sérica estava elevada em 17/19 (89,5%) e com significância estatística entre os grupos (p=0,038) e uma correlação negativa com a hemoglobina (p=0,029, rho= -0,519). A anemia nos indivíduos analisados não era carencial e nem do tipo hemolítica auto-imune. A Proteína C-Reativa ultrassensível (PCRus) apresentou significância (p=0,047) entre os grupos. O tamanho do fígado apresentou uma correlação positiva significante com a Transaminase Glutâmico-Oxalacética (TGO) (p=0,054, rho=0,490), o Tempo de Tromboplastina Parcial Ativado (TTPA) (p=0,005, rho=0,648) e a carga parasitária por qPCR (p=0,040, rho=0,502). A Lactato Desidrogenase (LDH) estava elevada em 17/19 (89,5%) com uma correlação positiva significante com TGO (p=0,000, rho=0,805), Relação Normatizada Internacional (RNI) (p=0,007, rho=0,625), TTPA (p=0,008, rho=0,621) e série eritrocítica (p=0,005, rho=0,648). A RNI apresentou uma correlação positiva significante com a PCRus (p=0,024, rho=0,544). O Fator Estimunlante de Colônia 2 (CSF-2) apresentou significância estatística entre os grupos (p=0,036) e uma tendência a uma correlação negativa com a hemoglobina (p=0,590, rho= -0,481) e correlação positiva com a EPO (p=0,009, rho=0,647). Há uma correlação positiva entre o Interferon Gama (IFN-γ) e o tamanho do fígado (p=0,009, rho=0,651), Interleucina-6 (IL-6) (p=0,000, rho=0,907), Interleucina-10 (IL-10) (p=0,000, rho=0,778) e Fator de Necrose Tumoral alfa (TNF-α) (p=0,028, rho=0,549) e uma correlação do TNF-α com IL-6 (p=0,008, rho=0,636) e IL-10 (p=0,000, rho=0,783). A avaliação da medula óssea demonstrou uma carga parasitária baixa, por microscopia óptica, em 14/19 (73,7%). Observou-se uma correlação positiva entre as cargas parasitárias (p=0,006, rho=0,635). A análise citológica evidenciou uma medula óssea normocelular em 14/19 (73,7%). A série eritrocítica se apresentava com hiperplasia relativa em 18/19 (94,7%) e diseritropoiética 19/19 (100%). O conhecimento das características clínicas e laboratoriais na LV pode desempenhar um papel importante no diagnóstico diferencial da hepatoesplenomegalia febril, especialmente em áreas endêmicas e em um país em desenvolvimento, onde os recursos são limitados. Ressalta-se a avaliação das características morfológicas da medula óssea através da punção aspirativa como uma ferramenta que auxilia e direciona ao diagnóstico da leishmaniose visceral. A partir dos resultados do estudo, conclui-se que a anemia não está relacionada a fatores carenciais, perda sanguínea e/ou hemólise auto-imune e que os níveis de hemoglobina nos indivíduos com LV ativa estão correlacionados com a resposta inflamatória promovida por essa patologia. O trabalho é relevante para subsidiar no desenvolvimento de novos estudos e, poderá ter como alvo, terapêuticas baseadas na imunoterapia. Palavras-chave: leishmaniose visceral; Leishmania infantum; anemia; medula óssea; carga parasitária; inflamação; citocinas
URI: https://repositorio.unimontes.br/handle/1/833
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