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Título: Transtorno do Espectro do Autismo: uma abordagem multifatorial
Autor(es): Araújo, Stéffany Lara Nunes Oliveira
Orientador(ra): Silveira, Marise Fagundes
Membro(s) Banca: Maia, Fernanda Alves
Baldo, Marcelo Perim
Andrade, Marileia Chaves
Louzado, José Andrade
Medeiros, Danielle Souto de
Palavras-chave: Transtorno do espectro do autismo – Diagnóstico;Crianças Desenvolvimento - Testes;Avaliação de riscos de saúde
Área: Ciencias da Saude
Subárea: Saude Coletiva
Data do documento: 2022
Resumo: O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é considerado um dos transtornos mais graves do desenvolvimento infantil devido ao seu impacto nas habilidades de comunicação, linguagem, interação social, cognição social e padrões de comportamento. A identificação de fatores associados ao TEA, principalmente dos que são passíveis de modificação, é importante, pois pode nortear políticas públicas de saúde de prevenção. O diagnóstico e a intervenção precoce são fatores determinantes para o melhor prognóstico da pessoa com TEA. O diagnóstico dos casos suspeitos de TEA deve ser realizado com base em dados históricos e observação comportamental. No Brasil há uma escassez de instrumentos validados para auxiliar a observação clínica em avaliações de crianças com sintomas do TEA. Nesse contexto essa tese foi conduzida com a produção de dois estudos. No primeiro estudo objetivou-se desenvolver um Instrumento para auxiliar a avaliação diagnóstica do Transtorno do Espectro do Autismo (IADTEA) e verificar suas propriedades psicométricas. Trata-se de um estudo metodológico realizado em quatro etapas: (1) Definição dos objetivos do instrumento e da população envolvida e estabelecimento da estrutura conceitual; (2) Elaboração dos itens e das escalas de respostas; Seleção e organização dos itens e estruturação do instrumento; (3) Validade de conteúdo e aparente e (4) Validade de construto, confiabilidade e sensibilidade. Foi estabelecido que o IADTEA é um instrumento para ser adotado por profissionais da área da saúde, com o objetivo de auxiliar na avaliação dos comprometimentos características do TEA em crianças com idade entre 2 a 12 anos. A construção do IADTEA foi norteada pela estrutura conceitual do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-V). Foram elaborados 50 itens alocados em dois domínios: Comunicação Social (CS) (35 itens) e Comportamentos Restrito e Estereotipado (PRRC) (15 itens). O domínio CS foi constituído por três subdomínios: habilidade de comunicação e linguagem (18 itens), habilidades sociais (12 itens) e inflexibilidade comportamental (5 itens), enquanto que o domínio PRRC, por dois subdomínios: padrões restritos e repetitivos de comportamento (6 itens) e de disfunções sensoriais (9 itens). A avaliação da validade de conteúdo do instrumento foi realizada por 13 juízes. Utilizou-se o Índice de Validade de Conteúdo (IVC), cujos resultados indicaram evidência de validade da escala geral, domínios, subdomínios e itens individualmente, com valores do IVC superiores a 80%. Os itens do IADTEA foram submetidos à validade aparente, realizada por 35 profissionais da área da saúde, no qual se utilizou o Percentual de Concordância (PC) cujos valores foram superiores a 80%. Após essa etapa, o IADTEA foi testado em uma amostra de 82 crianças, sendo 41 com diagnóstico de TEA (grupo TEA) e 41 crianças neurotípicas (grupo neurotípico). Foram calculados os escores da escala geral, domínios e subdomínios, por meio da soma do número de itens cujas respostas indicavam presença dos sinais característicos do TEA. Todos os escores do grupo TEA foram significantemente superiores aos do grupo neurotípico, demonstrando a capacidade do instrumento em captar as diferenças entre os grupos. Quanto à confiabilidade, a escala geral apresentou Coeficiente de Kuder-Richardson KR20 = 0,94 e os valores obtidos para os domínios e subdomínios foram superiores 0,70, caracterizando consistência interna adequada. Para avaliar a sensibilidade do instrumento foi utilizada a curva ROC (Receiver Operating Characteristic), cujos resultados demonstraram que o IADTEA é capaz de classificar corretamente a presença dos comprometimentos caraterísticos do TEA. Foram obtidas as seguintes áreas sob as curvas (ASC): Escore geral (ASC = 0,99; IC95% = 0,94 -1,00); Domínio CS (ASC = 0,98; IC95% = 0,94 -1,00) e Domínio PRRC (ASC= 0,95; IC95% = 0,87 - 0,98). O segundo estudo teve como objetivo, investigar as inter-relações entre o TEA e os fatores sociodemográficos, condições de saúde e histórico familiar de TEA e de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) em uma população de crianças e adolescentes brasileiros. Foram analisados dados de um estudo epidemiológico, caso-controle, realizado em indivíduos com idade de dois a 15 anos, entre os anos de 2015 a 2016. A amostra foi constituída por 1.134 crianças e adolescentes, sendo 248 com diagnóstico do TEA (grupo caso) e 886 neurotípicos (grupo controle). Foi elaborado um modelo teórico baseado nas correlações ou associações, descritas na literatura, entre as variáveis analisadas. Utilizou-se a modelagem de equações estruturais para estimar a magnitude das correlações. Os resultados sugeriram que o sexo masculino (β = 0,33; p<0,001), maior idade materna no parto (β = 0,15; p<0,001), ocorrência de sofrimento fetal (β = 0,19; p<0,001), presença de estresse ou tristeza da mãe na gestação (β = 0,22; p<0,001), TEA na família (β = 0,19; p<0,001) e TDAH na família (β=0,12; p<0,001) exerceram efeito positivo sobre o TEA. A condição socioeconômica correlacionou positivamente com a idade materna no parto (β = 0,34; p<0,001), assim como a prematuridade com o sofrimento fetal (β = 0,15; p<0,05).
URI: https://repositorio.unimontes.br/handle/1/941
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