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Título: Direito penal, reprodução das relações capitalistas e criminalização dos marginalizados no Brasil
Autor(es): Teixeira, Ana Paula Fernandes
Orientador(ra): Xavier, Elton Dias
Membro(s) Banca: Santos, Gilmar Ribeiro dos
Moura, Rafael Soares Duarte de
Palavras-chave: Direito penal;Sistema penal;Capitalismo;Classes sociais;Criminalização dos marginalizados.
Área: Ciencias Sociais Aplicadas
Subárea: Servico Social
Data do documento: 2018
Resumo: O direito penal, a partir de uma concepção puramente jurídica, é frequentemente apresentado como uma exposição sistemática de normas que regulam os conceitos de crime e pena, sendo que sua finalidade declarada é a proteção de bens jurídicos. Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo analisar o direito penal contemporâneo, para além do positivismo jurídico, e revelar a base material do sistema punitivo no cenário das relações sociais capitalistas brasileiras. Isso, a fim de demonstrar incoerências e contradições do direito penal e sua convergência com as relações materiais de produção, em uma tentativa de desnudar as dinâmicas do sistema penal brasileiro. Para tanto, no plano metodológico, utiliza-se de revisão bibliográfica, a fim de desenvolver uma crítica do direito penal, a partir da teoria marxista. Como resultados, compreende-se a noção da propriedade privada como o bem jurídico mais relevante da sociedade capitalista, sendo que o direito penal se impõe para sua proteção. Ademais, edifica-se a ideia de que o direito penal reproduz a estrutura de classes da sociedade contemporânea, ao mesmo tempo em que serve como instrumento para a repressão das classes sociais exploradas, sendo que o sistema penal brasileiro tende a incriminar condutas concentradas na área da criminalidade patrimonial comum, a exemplo dos crimes de furto e roubo, praticados por jovens de baixa escolaridade. Por outro lado, apesar de formalmente prevista na legislação penal, a criminalidade econômica e política, que tem um potencial lesivo maior do que o da criminalidade patrimonial, é pouco criminalizada na prática. Conclui-se que o direito penal vem intermediando os conflitos entre classes no Brasil, de forma contrária ao que é proclamado pelo discurso da proteção do bem comum, isso porque o sistema penal brasileiro se ocupa, de maneira significativa, da criminalização dos marginalizados. Portanto, compreende-se o direito penal, numa concepção marxista, como instrumento que contribui para a perpetuação da estrutura social das classes dominantes no Brasil. Esta é a análise do cenário que, no plano penal, garante os interesses e as condições necessárias à existência e à reprodução do capitalismo no país.
URI: https://repositorio.unimontes.br/handle/1/1290
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