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Título: Mineração no Norte de Minas: Gerais e Geraizeiros ameaçados em função do Projeto Vale do Rio Pardo na microrregião de Grão Mogol - MG
Autor(es): Fonseca, Graziano Leal
Orientador(ra): Thé, Ana Paula Glinfskoi
Membro(s) Banca: Augusto, Helder dos Anjos
Barbosa, Rômulo Soares
Palavras-chave: Mineração – Grão Mogol (MG);Geraizeiros;Território - Desestruturação
Área: Ciencias Sociais Aplicadas
Subárea: Servico Social
Data do documento: 2014
Resumo: Nesse inicio de século a indústria extrativa mineral brasileira vem passando por um processo de adensamento, motivado por uma política econômica governamental neoextrativista embalada pela grande demanda desse tipo de matéria prima no mercado mundial. Nesse processo o grande capital do setor mineral tem farejado outras áreas com potencial para exploração e ampliação do setor. Nesse sentido, os olhares do capital mineral se voltam para as grandes jazidas de minério de ferro existentes no Norte de Minas, conhecidas desde os anos de 1970, colocando essa região como uma nova fronteira mineral. Em 2011 grandes multinacionais anunciaram investimentos na casa dos bilhões para a exploração de ferro no Norte de Minas. Nesse caminho a Sul Americana de Metais – SAM –, elaborou para a microrregião de Grão Mogol o Projeto Vale do Rio Pardo, um mega empreendimento de mineração a céu aberto com estimativa de uma mina com vida útil de 25 anos, com uma extração de 25.000.000 toneladas de minério de ferro por ano. No entanto, boa parte da área pretendida para a instalação desse empreendimento constitui o território das comunidades tradicionais geraizeiras Lamarão e São Francisco. Diante do exposto, a operacionalização de tal empreendimento só se viabiliza em detrimento dessas duas comunidades. A partir desse viés, este estudo lança a luz sobre as contradições do contexto da expansão da mineração para o Norte de Minas, partindo da perspectiva que apesar do crescimento econômico produzido pela mineração, essa atividade é desestruturadora das formas tradicionais de organização social existentes nas regiões-alvo do capital minerador. Dessa forma, interessou-me nesse processo compreender a cosmografia geraizeira nas duas comunidades em questão, como forma de apreender quem são esses afetados pelo Projeto Vale do Rio Pardo, e as consequências deste no modo de vida local. Se no passado essas comunidades geraizeiras sofreram com um ciclo de expropriação do seu território, sendo encurralados pela expansão da monocultura de eucalipto, nos momentos atuais o avanço da mineração para essa região oferece um risco iminente de vivenciarem um tempo de desespacialização.
URI: https://repositorio.unimontes.br/handle/1/1330
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