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Título: O visível e o invisível: corpo e experiências em A vida que ninguém vê, de Eliane Brum
Autor(es): Santos, Walisson Oliveira.
Orientador(ra): Oliva, Osmar Pereira
Membro(s) Banca: Jardim, Alex Fabiano Correia
Campos, Alex Sander Luiz
Pereira, Andrea Cristina Martins
Palavras-chave: A vida que ninguém vê - Brum, Eliane, 1966-, - Crítica e interpretação;Merleau-Ponty, Maurice, 1908-1961 - Crítica e interpretação;Crônicas brasileiras - História e crítica
Área: Linguistica, Letras e Artes
Subárea: Letras
Data do documento: 20-Fev-2024
Resumo: Este estudo busca interpretar a elaboração da crônica literária com foco nos conceitos de visível e de invisível, tanto do corpo quanto das experiências, a partir de sete narrativas presentes no livro A vida que ninguém vê (2006), de Eliane Brum. O aspecto literário de A vida que ninguém vê, a jornada da cronista ao encontro do olhar do Outro, guiada pelo ordinário, o miúdo, e por algo já posto no mundo (o personagem), sua universalidade de temas e recursos expressivos bem como a escassez de crítica literária dedicada à coletânea justificam a realização deste estudo. Para isso, utilizamos uma abordagem fenomenológica, baseada na filosofia de Maurice Merleau-Ponty, que permite propor um movimento de leitura para os elementos das crônicas de Brum e para a obra como um todo. Percebemos temas, ritmos, símbolos, figuras de linguagem, imagens, intertextualidade e marcas de leitura de mundo expressas tanto por Eliane Brum quanto por seus personagens. Nossa abordagem baseia-se na fortuna teórico-crítica da crônica como gênero literário, como as mencionadas em Bessa (2010), Candido (1992), Sá (1992) e Moisés (1983). A interpretação do corpus se vale de um entendimento sobre a crônica como gênero literário jovem e livre, fluindo por uma variedade de temas, desde o cotidiano até a inscrição simbólica da história humana. Em A vida que ninguém vê, a metáfora do olhar revela-se um importante fio de sentido e inspiração, que tece o discurso estético do livro sobre o visível e o invisível, o corpo e as experiências dos personagens representados pelas vozes narrativas. A partir delas, Brum denota seu perfil de leitora de literatura e da cidade de Porto Alegre, no final do século XX. As crônicas literárias, de universalidade expressiva, tematizam a resistência, a redenção, o exílio, o confinamento, o humano, o humano animalizado; criação artística, percepção, imaginação, transitoriedade da existência, tempo e função social do artista. Nessa poética do (extra)ordinário, a crônica fala ao leitor, fala com Eliane Brum, escritora e colunista, fala com personagens, corpos e experiências em constante movimento criativo e reflexivo.
URI: https://repositorio.unimontes.br/handle/1/1836
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