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Título: Itinerários terapêuticos no cuidado em Saúde em comunidades quilombolas
Autor(es): Gomes, Rafael Fernandes
Orientador(ra): Sampaio, Cristina Andrade
Miranda, Sérgio Vinícius Cardoso de
Membro(s) Banca: Camargo, Climene Laura
Cardano, Mario
Morais, Aisiane Cedraz
Martins, Andrea Maria Eleutério de Barros Lima
Palavras-chave: Quilombolas - Norte de Minas Gerais, Brasil;Cuidados primários à saúde;Comunidades tradicionais;Itinerários terapêuticos
Área: Ciencias da Saude
Subárea: Saude Coletiva
Data do documento: 16-Mai-2024
Resumo: Os remanescentes das comunidades dos quilombos são "grupos étnico-raciais, segundo critérios de autoatribuição, com ancestralidade negra e trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas". Essas comunidades rurais negras têm seus modos de vida, produção e reprodução social relacionados predominantemente com a terra, e vêm lutando permanentemente pela conquista de direitos constitucionais. Alguns quilombos não possuem acesso aos serviços coletivos, como escolas, estradas, sistemas de abastecimento de água e assistência à saúde, fortalecendo condições de vida com baixíssimo índice de qualidade e de desenvolvimento humano. O sistema de saúde no Brasil vem tentando se organizar por meio da implantação de várias políticas públicas de saúde que privilegiam alguns grupos populacionais considerados mais vulneráveis. No entanto, os fluxos pré-determinados no atendimento à saúde ou a aspiração de gestores e trabalhadores de serviços de saúde não necessariamente coincidem com os caminhos percorridos pelos sujeitos que buscam cuidados terapêuticos. Suas escolhas expressam construções subjetivas individuais e coletivas sobre experiências de adoecimento e na forma de tratar, construídas sob as influências de diversos fatores pessoais, culturais e socioambientais. São essas características que definem o itinerário terapêutico da população quilombola. Este estudo teve como objetivo mapear os itinerários terapêuticos no cuidado em saúde em comunidades quilombolas rurais no Norte de Minas Gerais, Brasil. Trata-se de um recorte de uma pesquisa qualitativa realizada em seis comunidades visitadas. Os dados foram produzidos por meio de 18 entrevistas narrativas e analisados por meio do referencial teórico-metodológico dos Itinerários Terapêuticos fundamentado no modelo de Sistema de Cuidados à Saúde proposto por Arthur Kleimann. As narrativas permitiram a compreensão dos percursos trilhados no cuidado em saúde pela população quilombola, a identificação dos componentes do subsistema popular (recursos naturais, o uso de chás e remédios caseiros), do subsistema familiar (transmissão de conhecimentos e herança cultural de cuidados) e do subsistema profissional (nível hospitalar, cuidados médicos, atenção primária e especializada). As dificuldades de acesso não decorrem apenas das distâncias geográficas, mas envolvem aspectos mais amplos da determinação social, como o racismo institucional, baixa oferta de serviços, necessidade de pagamento para deslocamentos e procedimentos médicos. Nesse sentido, fazem-se necessárias uma abordagem e intervenções das políticas públicas frente às desigualdades étnico-raciais, econômicas e de acesso aos serviços de cuidado em saúde nesses territórios.
URI: https://repositorio.unimontes.br/handle/1/1895
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