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Título: Transtornos mentais em comunidades quilombolas rurais do Norte de Minas Gerais
Autor(es): Queiroz, Patrícia de Sousa Fernandes
Orientador(ra): Rodrigues Neto, João Felício
Silveira, Marise Fagundes
Membro(s) Banca: Silva, Carla Silvana de Oliveira e
Caldeira, Antônio Prates
Camargo, Climene Laura de
Morais, Aisiane Cedraz
Mota, Écila Campos
Palavras-chave: Saúde mental;Transtornos mentais;Minorias - Saúde;Quilombolas
Área: Ciencias da Saude
Subárea: Saude Coletiva
Data do documento: 22-Ago-2024
Resumo: As comunidades quilombolas no Brasil ocupam territórios em áreas rurais e urbanas em todos os biomas do país, representando uma diversidade sociocultural de profunda vinculação com os ecossistemas brasileiros. O quilombo é uma categoria histórica, política, cultural e identitária que se forja no âmbito das intensas lutas travadas contra as invisibilidades e opressões historicamente sofridas. No que se refere às condições de saúde, a desigualdade social tem efeitos diretos no acesso aos cuidados e no agravo dos problemas de saúde desse grupo. Inclusive, muitos indicadores de saúde configuram-se piores nos territórios rurais comparado aos das áreas urbanas, entre eles destacam-se os relacionados à saúde mental. Estudos sugerem a existência de uma relação entre as precárias condições de vida e o sofrimento psíquico dos quilombolas. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a prevalência e os fatores associados aos problemas de saúde mental em comunidades quilombolas localizadas em territórios da Macrorregião de Saúde Norte, do Estado de Minas Gerais, Brasil. Foi um estudo transversal de base populacional, realizado em 2019. Para coleta de dados, utilizou-se um questionário baseado na Pesquisa Nacional de Saúde realizada em 2013. Para os dados referentes aos Transtornos Mentais Comuns (TMC) utilizou-se Self Reporting Questionnaire (SRQ-20) e para os dados acerca do transtorno por uso de álcool utilizou-se o Alcohol Use Disorder Identification Test (AUDIT). Foram realizadas análises descritivas, análise bivariada e análise múltipla, utilizando a regressão logística binária para estimar a magnitude das associações por meio da razão de chances (Odds Ratio). A prevalência de TMC foi de 38,7%. Houve maior chance de TMC entre quilombolas do sexo feminino (OR: 2,69; C95% 2,00-3,62), com 1 a 8 anos de estudo (OR: 1,70; IC95% 1,15-2,51), renda familiar entre 1 a 1,5 salário mínimo (OR: 2,51; IC95% 1,60-3,94); que sofreram discriminação em serviços de saúde (OR: 2,44; IC95%1,44-4,13); com autorrelato de doença pulmonar (OR: 2,10; IC95% 1,25-3,54), doença cardíaca (OR: 1,58; IC95% 1,01-2,50) e insuficiência renal crônica (OR: 1,97; IC95% 1,08- 3,94), e com autopercepção de saúde negativa (OR: 3,07; IC95% 2,31-4,07). No que concerne ao transtorno por uso de álcool, verificou-se que 21,3% dos respondentes apresentavam consumo de risco, uso nocivo e provável dependência do álcool. Houve maior chance de transtorno por uso de álcool entre homens quilombolas com idade entre 18 a 39 anos (OR= 3,98 – IC95% 1,65;9,57) e 40 a 59 anos (OR= 3,62 – IC 95% 1,53-8,57), que sofreram discriminação em serviços de saúde (OR=3,38 – IC95% 1,00-11,71) e com autorrelato de depressão (OR=2,79 – IC95% 1,24-6,27). As altas prevalências de TMC e transtorno por uso de álcool demonstram a necessidade de políticas de atenção à saúde mental voltadas para as populações vulnerabilizadas, como as comunidades quilombolas, a fim de mitigar o sofrimento mental e favorecer uma atenção profissional contextualizada com as singularidades das condições de vida e saúde desse grupo populacional.
URI: https://repositorio.unimontes.br/handle/1/1914
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