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Título: Perfil e manejo clínico laboratorial dos binômios mãe-filhos acometidos com Sífilis e Toxoplasmose
Autor(es): Soares, Janer Aparecida Silveira
Orientador(ra): Caldeira, Antônio Prates
Membro(s) Banca: Cardoso, Claudete AparecidaAraújo
Queiroz, Gláucia Andrade Manzan de
Carvalho, Silvio Fernando Guimarães de
Vieira, Thallyta Maria
Palavras-chave: Doenças infecciosas – Transmissão vertical;Toxoplasmose congênita;Treponema pallidum;Sífilis congênita;Assistência pré- natal
Área: Ciencias da Saude
Subárea: Medicina
Data do documento: 2021
Resumo: A sífilis e a toxoplasmose são doenças que compõem o grupo de infecções de transmissão vertical com potencial danos ao feto e gravidade diversa sobre os acometidos. A relevância de estudar essas doenças reside no potencial de causar lesões com acometimento do sistema nervoso central do feto apesar de existirem intervenções capazes de evitar tais desfechos. O objetivo desse estudo foi o de avaliar o perfil e o manejo clínico laboratorial dos binômios mãe- filhos acometidos com sífilis e toxoplasmose. O estudo foi conduzido em Montes Claros, ao norte de Minas Gerais e contemplou duas investigações distintas. A primeira objetivou caracterizar o perfil de mães e filhos assistidos em um ambulatório de seguimento para sífilis congênita e identificar os fatores associados à confirmação do diagnóstico. Trata-se de um estudo de coorte prospectivo realizado nos anos de 2016 a 2019, com análise de características sociodemográficas maternas, comportamentais, hábitos de vida e características relacionadas ao acesso e cuidados de saúde. Para o desfecho materno comportamento de risco, levou-se em conta o uso de drogas ilícitas, etilismo e número de parcerias. Para fins de diagnóstico na criança utilizou-se os critérios de sífilis congênita previstos pelo Ministério da Saúde (Brasil) do ano de 2017 (Crianças filhas de mães não tratadas ou inadequadamente tratadas, independentemente dos resultados da avaliação clínica ou exames complementares do recém-nascido, manifestações clínicas ou alterações no líquor ou alterações radiológicas e TNT reagente, independentemente do histórico materno e titulação de TNT, TNT no RN maior que o materno pelo menos em duas diluições, persistência de TNT reagente após seis meses de idade ou TT reagente após 18 meses de idade sem tratamento prévio), excluindo-se abortos e natimortos. Utilizou-se o teste qui-quadrado ou teste exato de Fischer, para verificar variáveis associadas e selecionadas para análise múltipla, por meio da regressão de Poisson, hierarquizada. Foram acompanhados 200 binômios, que realizaram pelo menos uma consulta como parte do seguimento após alta da maternidade. O diagnóstico de sífilis congênita foi confirmado para 116 crianças. Os fatores associados ao diagnóstico de sífilis congênita foram: baixa escolaridade materna (RP=1,30; IC95%=1,05-1,60), comportamento de risco materno (RP=1,34; IC95%=1,07-1,66), tratamento inadequado da mãe (RP=3,16; IC95%=2,42-4,47) e falta de tratamento do parceiro (RP=1,44; IC95%=1,18-1,81). A segunda investigação buscou avaliar o perfil de gestantes e neonatos acompanhadas em um centro de referência em doenças infecto-parasitárias, após exposição ao Toxoplasma gondii, trata-se de um estudo de coorte prospectivo, com seguimento de quatro anos, estabelecendo comparações em relação a um estudo previamente realizado no mesmo local há dez anos (2016 a 2019 versus 2002 a 2010). Foram incluídas mães que apresentaram durante o pré-natal exames sugestivos de soroconversão para a doença e seus respectivos conceptos, acompanhados ao longo de um ano. Utilizou-se o teste qui-quadrado, assumindo-se nível de significância de 5%, para a comparação de dados dos dois estudos. Durante o período de 2016 a 2020, foram estudados 79 binômios, enquanto no período anterior (2002-2010) foram acompanhados 58 binômios. Em relação às mães, foram registradas menores proporções de mães adolescentes (p<0,001), com baixa escolaridade (p<0,001), com baixa realização de testes sorológicos (p<0,001) e com diagnóstico tardio ou pós-natal (p<0,001). Em relação às crianças, foram verificadas menores proporções de alterações de fundoscopia (p<0,001), estrabismo (p=0,002), hepatomegalia (p=0,026) e qualquer sequela (p<0,001). Os resultados destacam as iniquidades sociais especialmente associadas à sífilis congênita e à falta de manejo adequado da gestante e tratamento dos parceiros. Existe um avanço positivo em relação aos cuidados para o binômio mãe-filho acometido pelo T. gondii, mas a educação em saúde deverá avançar de modo a propiciar maiores conhecimentos para gestantes e familiares sobre as doenças. Para ambos os estudos, os resultados representam um alerta aos gestores e profissionais de saúde, destacando a necessidade de intensificar ações profiláticas nas comunidades, além de atividades educativas para ampliar a compreensão e melhorar o manejo das doenças entre profissionais da saúde.
URI: https://repositorio.unimontes.br/handle/1/598
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