Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.unimontes.br/handle/1/600
Título: Determinantes sociais contextuais e individuais da cárie e da perda dentária entre adultos e idosos
Autor(es): Roberto, Luana Leal
Orientador(ra): Haikal, Desirée Sant’Ana
Martins, Andréa Maria Eleutério de Barros Lima
Membro(s) Banca: Oliveira, Angelo Giuseppe Roncalli da Costa
Ferreira, Efigênia Ferreira e
Silveira, Marise Fagundes
Monteiro Junior, Renato Sobral
Palavras-chave: Adulto;Idoso;Cárie dentária;Perda de dente;Iniquidade em saúde;Análise multinível
Área: Ciencias da Saude
Subárea: Odontologia
Data do documento: 2021
Resumo: Os Determinantes Sociais da Saúde exercem um efeito importante sobre as condições de saúde bucal das populações. O presente trabalho teve como objetivo conhecer os determinantes sociais contextuais e individuais associados à cárie dentária e à perda dentária entre adultos e idosos. Esta tese apresenta quatro diferentes estudos acerca de tais determinantes. I) O primeiro artigo se trata de uma revisão sistemática da literatura científica conduzida a fim de identificar os fatores demográficos e socioeconômicos associados ao edentulismo entre idosos, conforme padrões estabelecidos pelo PRISMA. Foram identificados 343 artigos, dos quais 24 atenderam a todos os critérios de elegibilidade para a inclusão na revisão. Os resultados apontaram maior ocorrência de indivíduos edêntulos em contextos demográficos e socioeconômicos desfavoráveis. Idade, escolaridade e condição socioeconômica foram os principais fatores associados ao edentulismo entre idosos. A metanálise revelou menor chance de edentulismo para o sexo masculino e ausência de diferença significativa para raça/etnia ou cor da pele. II) O segundo estudo objetivou investigar os fatores contextuais e individuais associados ao edentulismo entre idosos (65 a 74 anos). Foram utilizados dados secundários individuais da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal – SBBrasil 2010, que investigou uma amostra probabilística por conglomerados, e dados secundários contextuais obtidos, em nível municipal, a partir de bases de dados públicas oficiais. Para a obtenção dos modelos simples e ajustado, foi conduzida Regressão de Poisson Multinível e estimada a Razão de Prevalência (RP). A prevalência de edentulismo verificada entre os idosos brasileiros foi de 53,1% (IC-95% 49,2%-57,0%). Considerando as variáveis contextuais, a prevalência de edentulismo foi maior entre os idosos provenientes de municípios localizados no interior e que possuíam Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) alto e médio/baixo quando comparado aos residentes em munícipios com IDHM muito alto. Entre as variáveis individuais, a prevalência de edentulismo foi maior entre os indivíduos com menor escolaridade, menor renda familiar, mais velhos, que autopercebiam necessidade de prótese, que nunca foram ao dentista, que utilizaram o serviço odontológico há mais de um ano e cujo motivo da consulta foi problemas bucais. Por outro lado, a prevalência de edentulismo foi menor entre os idosos do sexo masculino e que não autopercebiam necessidade de tratamento odontológico. III) No terceiro estudo, avaliaram-se os fatores contextuais e individuais associados ao número de dentes perdidos entre adultos (35 a 44 anos). Foram utilizados dados secundários individuais do SBBrasil 2010 e dados secundários contextuais obtidos, em nível municipal, a partir de bases de dados públicas oficiais. Foi conduzida Regressão Binomial Negativa Multinível e estimada a Razão de Médias (RM). Observou-se uma média de 7,31 (IC-95% 6,9-7,8) dentes perdidos entre os adultos brasileiros. Entre as variáveis contextuais, o número de dentes perdidos foi menor entre os residentes em municípios com maior IDHM e foi maior em municípios que não possuíam fluoretação da água de abastecimento público. Entre as variáveis individuais, a perda dentária foi maior entre os que se autodeclararam amarelos/negros/pardos/indígenas, entre os mais velhos, que relataram dor, que utilizaram serviços odontológicos há mais de um ano e naqueles cujo motivo da consulta foi por problemas bucais. Por outro lado, a perda dentária foi menor entre os adultos com maior escolaridade, maior renda e entre os do sexo masculino. IV) No quarto estudo, objetivou-se identificar os fatores contextuais associados à “experiência de cárie” (aferida pelo índice CPOD) e a “cárie não tratada” (componente cariado do índice CPOD) entre adultos (35 a 44 anos). Foram utilizados dados secundários individuais do SBBrasil 2010 e dados secundários contextuais obtidos, em nível municipal, a partir de bases de dados públicas oficiais. Para o ajuste dos modelos, além das variáveis independentes contextuais, foram consideradas variáveis independentes individuais. Foi conduzida Regressão Binomial Negativa Multinível e estimada a Razão de Médias (RM). O CPOD médio entre os adultos foi de 16,89 (± 7,27) e a média de dentes cariados foi de 1,79 (± 2,90). No modelo final, o CPOD foi maior para os residentes em municípios com menor desigualdade social (Coeficiente de Gini) e para os adultos de municípios sem água fluoretada. Já o número médio de dentes cariados foi maior entre os moradores de municípios com maior desigualdade social e entre os adultos residentes em municípios com menor proporção de dentistas/habitantes, mesmo após ajuste pelas variáveis individuais. Conclusão: Os desfechos em saúde bucal investigados estiveram associados a condições contextuais e individuais desfavoráveis, destacando o efeito das desigualdades sociais na saúde bucal dos indivíduos. Assim, os achados desse estudo podem subsidiar a definição de políticas públicas que priorizem as populações mais vulneráveis, visando assegurar o princípio da equidade.
URI: https://repositorio.unimontes.br/handle/1/600
Aparece nas coleções:Teses e Dissertações

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Roberto, Luana Leal_Determinantes sociais contextuais e individuais_2021.pdf4,33 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.