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Título: Havia um consultório no meio do caminho: cartografia sobre cuidado em saúde na percepção de usuários de um Consultório na rua
Autor(es): Rocha, Lêda Antunes
Orientador(ra): Sampaio, Cristina Andrade
Silveira, Aparecida Rosângela
Membro(s) Banca: Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes
Haikal, Desiree Sant’anna
Palavras-chave: Saúde - Consultório na rua;Pessoas em situação de rua;Cartografia – Cuidado em saúde
Área: Ciencias da Saude
Subárea: Medicina
Data do documento: 2021
Resumo: Presenciamos, nas últimas décadas, uma mudança estrutural dos serviços de saúde no Brasil que alude à conquista e implantação progressiva de um novo paradigma em defesa da humanização e da atenção integral. No entanto, para populações específicas, como aquelas em situação de rua, a efetivação desse direito necessita da perseverança dos movimentos sociais, frente à histórica omissão estatal, e da adequação do SUS às particularidades desse público. Nesse sentido, o Consultório na Rua, apesar de sua recente criação, representa uma das possíveis estratégias de cuidado. Essa dissertação teve como objetivo desvelar a percepção dos usuários do Consultório na Rua quanto a assistência prestada por esse serviço, mapeando territórios existenciais que permeiam a relação dos usuários com a saúde e suas consequências na produção de subjetividades. Para isso, realizou-se uma pesquisa cartográfica a partir da circulação da pesquisadora com a equipe do Consultório na Rua, de novembro de 2019 a dezembro de 2021, do município de Montes Claros/MG e entrevistas realizadas com usuários desse serviço, que foram referenciadas pelos profissionais do Consultório na Rua. As entrevistas foram gravadas, transcritas e posteriormente os dados foram validados internamente por pesquisadores do Laboratório de Estudos e Pesquisas Qualitativas Interdisciplinares em Saúde (LabQuali). Os entrevistados podiam discorrer livremente sobre sua história de vida, sobre saúde, território e o lugar da mulher nas ruas. Esta dissertação é um dos produtos de um projeto que busca investigar várias dimensões do trabalho do Consultório na Rua, o que justifica a amplitude dos temas propostos. Lançando mão do caderno de rua durante a circulação com a equipe, os afetamentos, sensações e movimentos foram sendo também registrados, desenhando assim redes e conexões existenciais. Uma das entrevistas foi selecionada como “entrevista operadora de produção de dados” por contemplar com profundidade todos os temas estabelecidos como roteiro para entrevista, seu conteúdo nomeia as categorias temáticas que foram levantadas a partir das falas dos usuários e da experiência da pesquisadora no território. Como resultado, evidenciou-se que o rompimento de vínculos e “estar sozinho” promove rupturas que provocam deslocamentos e novas trajetórias, sendo um desafio para as políticas de saúde, já que o cuidado envolve também acolher o desamparo. Outro aspecto evidenciado pela pesquisa diz respeito a invisibilidade das pessoas em situação de rua, sendo também estes capturados por discursos segregadores, onde relações de poder se cristalizam e territórios são definidos. Por fim, fica evidente o papel do Consultório na Rua não só como articulador, mas sobretudo como serviço de referência para população em situação de rua, destacando-se o vínculo como ferramenta fundamental do cuidado, assim como a assistência in loco e a implicação dos usuários no cuidado de si.
URI: https://repositorio.unimontes.br/handle/1/631
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