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Título: Estresse percebido em gestantes assistidas por equipes da Estratégia Saúde da Família: estudo transversal aninhado a uma coorte de base populacional.
Autor(es): Lopes, Bárbara Cerqueira Santos
Orientador(ra): Silveira, Marise Fagundes
Membro(s) Banca: Pinho, Lucineia de
Brito, Maria Fernanda Santos Figueiredo
Silva, Carla Silvana de Oliveira
Dias, Orlene Velosos
Palavras-chave: Gravidez;Gestantes;Estresse psicológico;Atenção Primária à Saúde;Inquéritos epidemiológicos
Área: Ciencias da Saude
Subárea: Saude Coletiva
Data do documento: 2022
Resumo: O período gestacional é permeado por mudanças físicas, emocionais e sociais próprias dessa fase, que podem levar ao estresse nas mulheres. Seu alto nível pode gerar uma variedade de desfechos adversos à saúde materno-infantil. Inquéritos epidemiológicos robustos são relevantes, pois podem revelar informações para a compreensão do assunto e o cuidado à saúde da gestante no âmbito da Atenção Primária à Saúde. O conhecimento acerca da prevalência e dos fatores associados ao estresse pode contribuir para o planejamento de políticas e estratégias específicas de promoção da saúde durante a assistência pré-natal. O objetivo deste estudo foi investigar a prevalência de estresse percebido e verificar os fatores associados em gestantes assistidas por equipes da Estratégia Saúde da Família da cidade de Montes Claros, Minas Gerais – Brasil. Foi realizado um estudo epidemiológico de delineamento transversal e analítico, aninhado a uma coorte de base populacional, cujo cenário foi as unidades de Saúde da Família da zona urbana de Montes Claros. Avaliaram-se características sociodemográficas, obstétricas, condições de saúde física e mental. O nível de estresse foi estimado pela Escala de Estresse Percebido (Perceveid Stress Scale, PSS-14). Para o tratamento estatístico dos dados foram conduzidas análises descritiva e bivariada, seguidas de análise múltipla utilizando-se o modelo de Regressão de Poisson, com variância robusta, para identificar os fatores associados ao estresse percebido. Foram estimadas as Razões de Prevalência (RP) bruta e ajustada, com respectivos intervalos de 95% de confiança (IC 95%). As normas éticas internacionais e brasileiras para pesquisas com seres humanos foram seguidas, sendo o projeto aprovado mediante o Parecer Consubstanciado nº. 2.483.623/2018 e também pela Secretaria Municipal de Saúde. Participaram desta investigação 1.279 gestantes. A prevalência do nível de estresse elevado foi de 23,5% (IC 95%=20,8%-26,2%). O modelo ajustado apontou que o desfecho averiguado foi mais prevalente entre as gestantes com idade acima dos 35 anos (RP=1,38; IC 95%=1,09-1,74) e menor ou igual a 19 anos (RP=1,41; IC 95%=1,13-1,77); sem companheiro (RP=1,33; IC 95%=1,09-1,62); com baixo apoio social (RP=1,42; IC 95%=1,18-1,70); multíparas (RP=1,30; IC95%=1,02-1,66); com gravidez atual não planejada (RP=1,23; IC 95%=1,00- 1,52); com infecção urinária (RP=1,35; IC 95%=1,12-1,62); com alto nível de sintomas de ansiedade (RP=1,42; IC 95%=1,18-1,71); com sintomas graves (RP=4,74; IC 95%=3,60-6,26) e moderados (RP=3,19; IC 95%=2,31-4,39) de depressão; e com queixas neurológicas (RP=1,77; IC 95%=1,27-2,47). Este estudo evidenciou expressiva prevalência estresse percebido entre as gestantes assistidas na Atenção Primária à Saúde. Tal desfecho foi associado aos fatores sociodemográficos, clínicos, obstétricos e às condições emocionais. Constatou-se que o estresse na gestação possui natureza multideterminante, o que demonstra a necessidade de atenção ampliada e integral à saúde da mulher no período gravídico.
URI: https://repositorio.unimontes.br/handle/1/672
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