Use este identificador para citar ou linkar para este item:
https://repositorio.unimontes.br/handle/1/699
Título: | Assistência à saúde de populações com doença de Chagas em área endêmica no Brasil |
Autor(es): | Damasceno, Renata Fiúza |
Orientador(ra): | Haikal, Desirée Sant’Ana |
Membro(s) Banca: | Paula, Alfredo Maurício Batista de Caldeira, Antônio Prates Ribeiro, Antônio Luiz Pinho Molina, Israel |
Palavras-chave: | Doença de Chagas;Assistência à saúde;Tratamento farmacológico;Análise multinível;Pesquisa qualitativa |
Área: | Ciencias da Saude |
Subárea: | Saude Coletiva |
Data do documento: | 2022 |
Resumo: | A doença de Chagas (DC) é uma doença parasitária causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi que afeta predominantemente populações pobres e vulneráveis. Apesar das reduções substanciais na prevalência e incidência da DC nas últimas décadas, essa doença ainda impõe uma grande carga social, econômica e de saúde pública na maioria dos países latino-americanos, entre eles o Brasil. O objetivo desta tese foi analisar a assistência à saúde de populações com DC em área endêmica no Brasil, sendo que para isso foram realizados três estudos. 1) O primeiro estudo objetivou estimar o percentual da população com DC do estado de Minas Gerais que teve acesso ao tratamento antiparasitário e descrever o perfil das prescrições do Benznidazol (BZN) no estado. Trata-se de um estudo transversal que analisou dados secundários referentes à prescrição médica e dispensação do BZN no estado no período de 2009 a 2019. Foram conduzidas análises descritivas e calculadas estimativas, frequências e médias. Os resultados mostraram que 0,28% da população estimada com DC para o estado de Minas Gerais (444.545) teve acesso ao tratamento antiparasitário no período de 2009 a 2019 e 0,26%da população estimada com DC com menos de 50 anos (321.404) teve acesso a esse tratamentona fase crônica da doença. O perfil das prescrições do BZN caracterizou-se por destinar-se, emsua maioria, a pacientes do sexo feminino (52,4%), adultos com menos de 50 anos (65,9%), com a forma crônica indeterminada (86,7%) e com o predomínio da alteração cardíaca maior (55,3%) quando presente alteração cardíaca. Mais de um terço (36%) das prescrições apresentaram dose insatisfatória conforme as recomendações terapêuticas vigentes para o período analisado. 2) O segundo artigo objetivou avaliar a prevalência e os fatores contextuaise individuais associados ao não uso dos serviços de saúde no último ano por pessoas com DC de uma área endêmica no Brasil. Trata-se de um estudo multinível organizado com base no Modelo Comportamental do Uso dos Serviços de Saúde de Andersen & Davidson. Os dados contextuais foram coletados em bancos de dados oficiais de acesso público do governobrasileiro, em nível municipal. Os dados individuais foram provenientes do primeiro follow-upda coorte SaMi-Trop. A amostra foi constituída de 1.160 indivíduos com DC. A análise foi realizada por meio da Regressão de Poison com Variância Robusta. A prevalência do não uso dos serviços de saúde no último ano foi de 23,5% (IC95%: 21,1-25,9). O fator contextual “maiorpopulação” (RP: 1,6; IC95% = 1,2- 2,0) e fatores individuais relacionados à menor gravidade da doença, como classe funcional sem limitações (RP: 1,6; IC95% = 1,2-2,1) e níveis de NT- proBNP não alterados (RP: 2,2; IC95% = 1,3-3,6), aumentaram as prevalências do não uso do serviço de saúde no último ano por pessoas com DC. 3) O terceiro artigo objetivou explorar os desafios dos médicos de família para fornecer assistência aos pacientes com DC em região endêmica no Brasil com alta cobertura de serviços públicos de Atenção Primária à Saúde. Um grupo focal com 15 médicos de família foi realizado em um município participante da coorte SaMi-Trop. Os dados foram analisados por meio da técnica de análise de conteúdo do tipo temática. Os médicos de família apontaram como desafios para assistência aos pacientes com DC: formação médica insatisfatória; incertezas quanto ao tratamento antiparasitário na fase crônica da doença; dificuldade de acesso à atenção especializada; e banalização da doença pelos pacientes. De acordo com esses estudos, conclui-se que a assistência à saúde de populações com DC em área endêmica no Brasil ainda representa um importante desafio para o sistema desaúde. Investimentos na formação e capacitação dos profissionais de saúde e na organização deuma Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com DC em áreas endêmicas poderão aumentar o acesso das populações com DC ao diagnóstico, tratamento antiparasitário e acompanhamento longitudinal, reduzindo, assim, iniquidades em saúde em populações acometidas pela doença. |
URI: | https://repositorio.unimontes.br/handle/1/699 |
Aparece nas coleções: | Teses e Dissertações |
Arquivos associados a este item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
Damasceno, Renata Fiúza_Assistência à saúde de_2002.pdf | 975,52 kB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.