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Título: Fatores associados ao tratamento com Benzonidazol e manejo clínico da Doença de Chagas em região endêmica de Minas Gerais- Brasil
Autor(es): Ferreira, Ariela Mota
Orientador(ra): Haikal, Desirée Sant’Ana
Membro(s) Banca: Cardoso, Clareci Silva
Paula, Alfredo Maurício Batista de
Palavras-chave: Doença de Chagas – Minas Gerais - Brasil;Cardiomiopatia chagásica;Atenção Primária à Saúde;Medicina – Graduação – Educação
Área: Ciencias da Saude
Subárea: Saude Coletiva
Data do documento: 2016
Resumo: A Doença de Chagas (DC) é consequência da infecção humana pelo protozoário flagelado Trypanosoma cruzi. É considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma das treze principais doenças tropicais negligenciadas sendo endêmica nos 21 países da América Latina. Há apenas uma droga antiparasitária (contra o Trypanosoma cruzi) disponível no Brasil: o Benzonidazol (BZN). Assim essa dissertação teve o objetivo de avaliar fatores relacionados ao uso e prescrição do BZN considerando duas regiões endêmicas para DC no estado de Minas Gerais. Para tanto, foram elaborados dois manuscritos. O primeiro teve como objetivo conhecer a prevalência e os fatores associados ao uso prévio do BZN por indivíduos com Cardiomiopatia Chagásica Crônica (CCC). Os dados foram obtidos do baseline de um estudo de coorte (SaMi-Trop) conduzido entre indivíduos portadores de CCC de duas regiões endêmicas (Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha). O SaMi-Trop foi idealizado de forma multicêntrica por quatro universidades públicas brasileiras e financiado pelo National Institute os Health (NIH). Foi realizado entrevista, coleta de sangue periférico e eletrocardiograma (ECG) em todos os participantes. A variável dependente adotada foi relativa ao uso prévio do BZN. As variáveis independentes foram agrupadas em três blocos: socioeconômicas, hábitos de vida e história clínica. Conduziu-se Regressão Logística Binária (n=1.812). O estudo revelou pequena proporção de 27,2% (n=493) de uso prévio do BZN entre portadores de CCC. A chance de uso prévio do BZN foi maior entre indivíduos mais jovens (OR = 2,5), com maior escolaridade (OR = 2,5), com renda per capita mais baixa (OR= 1,4), que praticavam atividade física (OR = 1,4), que tinham conhecimento prévio do diagnóstico de DC (OR= 2,5), que não apresentavam hipertensão arterial atual (OR = 1,3) e entre os que foram diagnosticados com DC há mais tempo (OR = 6,5). O segundo estudo teve o objetivo de conhecer como tem se dado o manejo de pacientes com DC por médicos da Atenção Primária em Saúde (APS) das mesmas regiões endêmicas de Minas Gerais, Brasil. Foram considerados 104 médicos da APS de 39 municípios. Os dados foram coletados através de questionário autoaplicado abordando perfil sociodemográfico, de formação acadêmica e prática clínica. Foi conduzida estatística descritiva. Verificou-se que 62,1% (n=64) dos entrevistados finalizou a graduação nos últimos 4 anos, e que 49% (n=51) deles relataram que a graduação não ofereceu formação suficiente para o tratamento da DC. Os profissionais relataram experiência no atendimento da DC crônica (76,6%, n=79) e aguda (56,9%, n= 58). Apenas 8,8% (n=9) relataram sentir-se totalmente seguros para realizar atendimento aos portadores de DC e 34% (n=34) relataram não conhecer o BZN.Este estudo evidenciou que pouco mais de um quarto dos portadores de CCC investigados já fizeram uso do BZN alguma vezna vida. Pôde-se observar que o uso prévio do BZN foi maior entre indivíduos com menor renda e com maior tempo de diagnóstico da DC, mas com melhores condições clínicas e demográficas. Também foi observado aspectos negativos que dificultam o provimento de atendimento médico adequado aos pacientes portadores de DC. Há falta de treinamento específico para tratamento da DC, há desconhecimento em relação ao único antitripanossômico disponível, há insegurança na condução desse tratamento entre médicos da APS das regiões endêmicas contempladas. O número de portadores de DC atendidos na APS ainda permanece alto, necessitando um olhar atento por parte dos médicos, gestores de saúde e pesquisadores a fim de se planejar melhores formas de assistência e enfrentamento da doença. A DC precisa fazer parte dos currículos de graduação, principalmente de Universidades localizadas em áreas endêmicas. Há também necessidade de implementação efetiva de ações relativas à educação permanente aos profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) com conteúdos voltados à DC, principalmente nas regiões endêmicas. Recomenda-se o estabelecimento de protocolos de manejo e tratamento claros e objetivos para os profissionais da APS, além de políticas de saúde efetivas voltadas aos infectados com DC.
URI: https://repositorio.unimontes.br/handle/1/734
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