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Título: Percepções de violência obstétrica e de bem-estar materno no parto [manuscrito]: um estudo no norte de Minas Gerais
Autor(es): Ferreira, Ferreira, Talyta Sâmara
Orientador(ra): Silveira, Marise Fagundes
Vogt, Sibylle Emily
Membro(s) Banca: Silva, Carla Silvana de Oliveira e
Silva, Dejane de Oliveira
Palavras-chave: Violência obstétrica;Cuidado pré-natal;Parto obstétrico;Parto humanizado;Mães - Bem-estar;Obstetrícia;Humanização dos serviços de saúde
Área: Ciencias da Saude
Subárea: Medicina
Data do documento: 3-Ago-2023
Resumo: Desde a década de 90, têm ocorrido avanços nas políticas públicas de saúde materno-infantil no Brasil rumo à humanização da assistência, visando qualificar a atenção ao pré-natal, parto e nascimento. No entanto, ainda há evidências de práticas que violam os direitos reprodutivos e de saúde das mulheres. O objetivo é investigar a violência obstétrica (VO) na assistência ao pré-natal e o bem-estar materno no parto entre gestantes e puérperas. Utilizaram-se dados do Estudo ALGE - Avaliação das condições de saúde das gestantes de Montes Claros-MG: estudo longitudinal, conduzido em três momentos. No 1º momento (baseline) foram elegíveis as gestantes assistidas nas equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) do município, em 2018 e 2019. As gestantes que estavam no 1º trimestre gestacional foram convidadas a participarem do 2º momento, quando se encontravam no 3º trimestre de gravidez e do 3º momento quando puérperas, 40 a 70 dias após o parto. O presente estudo refere-se aos 2º e 3º momentos dessa coorte, realizados em 2019 e 2020. Em 2019, os dados foram coletados por meio de entrevistas nas unidades da ESF ou nos domicílios das mulheres; Em 2020, devido à pandemia da COVID19, utilizou-se um formulário online. No 2º momento da coorte, foi avaliada a percepção das gestantes quanto à ocorrência de VO no pré-natal, utilizando-se um questionário com 10 itens relativos à VO física, sexual, psicológica e institucional; No 3º momento, foi investigado o bem-estar materno no parto utilizando-se a escala Bem-Estar Materno em Situação de Parto 2 (BMSP2), composta por 47 itens distribuídos em sete domínios. Foram analisadas características sociodemográficas, variáveis obstétricas e assistenciais do parto. No tratamento estatístico utilizou-se análise descritiva e bivariada e múltipla. Participaram do 1º momento 1279 gestantes, dos quais 341 se encontraram no 1º trimestre gestacional, dessas 300 (88,0%) e 183 (53,7%) participaram do 2º e 3º momentos, respectivamente. A maioria das gestantes estava na faixa etária de 20 a 34 anos, possuía mais de oito anos de escolaridade e vivia com um companheiro. As prevalências estimadas de VO no pré-natal foram: física (21,7%), sexual (7,0%), psicológica (24,3%), e institucional (26,3%). Não foi identificada associação entre os tipos de VO e as características sociodemográficas. O Sistema Único de Saúde foi a fonte de financiamento de 89,6% dos partos e 55,7% foram partos normais. Práticas assistenciais recomendadas foram relatadas: presença de acompanhante (95,1%), recém-nascido (RN) ficou com a mãe depois do parto (85,2%), contato pele a pele com o RN após o nascimento (90,7%), aleitamento materno (AM) na primeira hora (77,6%), apoio e orientação para AM (88,5%). Algumas práticas que podem interferir negativamente foram relatadas: manobra de kristeller (5,5%), toques vaginais repetitivos (16,4%) e por diferentes pessoas (10,4%) e conversas paralelas entre os profissionais (16,9%). Os escores da escala BMSP2 variaram de 116,0 a 235,0 com média igual a 184,7. Os domínios “Qualidade do relacionamento durante o cuidado”, e “Participação familiar contínua” foram os que apresentaram maiores indicadores de experiência positiva e os domínios “Autocuidado e conforto” e “Cuidado despersonalizado” foram os que apresentaram menores percentuais com experiência positiva. Constatou-se que 45,9% das puérperas experimentaram mal-estar, 27,9% bem-estar adequado e 26,2% ótimo bem-estar durante o parto. O mal-estar no parto apresentou associação com parto cesárea e com a falta de orientações sobre o AM. Em conclusão, foi estimada importante prevalência de VO na assistência ao pré-natal, tanto nos aspectos físico, psicológico, sexual e institucional, independente das características sociodemográficas das gestantes, bem como importante prevalência de mal-estar materno em situação de parto. Esses achados servem de alerta quanto à necessidade de revisar as práticas assistenciais para direcionar o cuidado às recomendações nacionais e internacionais.
URI: https://repositorio.unimontes.br/handle/1/906
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